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Procura-se uma nova “sardinha” para enlatar

Com o declínio da população de sardinha, a Embrapa estuda novos substitutos para colocar na lata. O nome mais cotado é o da matrinxã, um peixe da Amazônia


	Iguaria ameaçada: ao longo dos anos, os estoques naturais de sardinha têm diminuido
 (Alex Silva / Saúde)

Iguaria ameaçada: ao longo dos anos, os estoques naturais de sardinha têm diminuido (Alex Silva / Saúde)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 18h07.

São Paulo – Ele tem um nome bem incomum, mas está no topo da lista de peixes mais cotados para se tornar um substituto da “sardinha” enlatada. É o matrinxã (Brycon cephalus), um peixe típico da Amazônia que em breve poderá aterrissar na prateleira do seu supermercado, dentro de uma lata de aço.

A Embrapa Pesca e Aquicultura anunciou neste mês a criação de um projeto que vai avaliar a vocação da matrinxã como alternativa comercial à sardinha verdadeira (Sardinella brasiliensis) para enlatamento pela indústria de pescados.

O rótulo amazônico ajudaria a fechar o gargalo crescente da produção desta iguaria tradicional no país. Segundo dados da agência Embrapa, ao longo dos anos, os estoques naturais de sardinha têm registrado declínio. Para se ter uma ideia, em 1970, o Brasil pescava 135 mil toneladas da espécie, enquanto no ano passado, a captura somou pouco mais de 90 mil toneladas.

Encontrada principalmente no Sul e Sudeste do país, a população deste peixe rico em Ômega 3 está sendo reduzida por causa da pesca excessiva. O desrespeito ao período de defeso determinado por lei (geralmente a época de reprodução ou de maior crescimento da espécie) é outra constante que prejudica a espécie.

Segundo estudos preliminares, a matrinxã apresenta crescimento precoce e boa conversão alimentar, chegando a atingir entre 800 gramas a 1,2 quilo em um ano e possui características que a tornam um peixe promissor para criação por cooperativas.

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