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Processo para mudar Constituição é irreversível, diz Maduro

Uma vez instalada, a Constituinte estabelecerá uma comissão da verdade para "destapar" todos os incidentes violentos que aconteceram durante os protestos

Maduro: o chefe de Estado venezuelano pediu que Ortega Díaz garanta a imparcialidade e trabalhe pela justiça em todos os casos (Miraflores Palace/Reuters)

Maduro: o chefe de Estado venezuelano pediu que Ortega Díaz garanta a imparcialidade e trabalhe pela justiça em todos os casos (Miraflores Palace/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de junho de 2017 às 08h24.

Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou neste domingo que o processo que impulsiona para mudar a Constituição do país é irreversível, depois que a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, lhe pediu para reconsiderar esta iniciativa.

"O processo popular constituinte, declaro hoje, domingo, 4 de junho, é irreversível para a busca da justiça, para a busca da paz, é o único caminho que temos", disse o governante durante o seu programa semanal de televisão.

Maduro explicou que, por meio da Assembleia Nacional Constituinte, serão eleitos 545 representantes que mudarão o ordenamento jurídico para "a busca da justiça profunda".

Também disse que, uma vez instalada, a Constituinte estabelecerá uma comissão da verdade para "destapar" todos os incidentes violentos que aconteceram durante a onda de protestos que começou no último dia 1º de abril e deixou 65 mortos e mais de mil feridos até agora.

Nesse sentido, o chefe de Estado venezuelano pediu que Ortega Díaz garanta a imparcialidade e trabalhe pela justiça em todos os casos.

"Além das posições políticas pessoalmente assumidas pelas procuradora, ela é livre de pensar politicamente como queira e respeito suas posições políticas, mas no alto cargo que lhe foi confiado está obrigada a buscar a verdade, sem parcialização ideológica nem política, e fazer justiça", destacou Maduro.

A procuradora-geral se distanciou do governo nos últimos meses desde que denunciou a ruptura do fio constitucional por parte do Tribunal Supremo ao assumir algumas competências do parlamento, medida parcialmente retirada depois.

"Alguém disse que havia uma ruptura da ordem constitucional na Venezuela, ali começou tudo, era o que faltava para iniciar a escalada de violência", opinou Maduro.

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