Mundo

Processo de paz entre Farc e governo completa um ano

Negociador-chefe do governo defendeu ser este o “momento de redobrar o trabalho para conquistar a paz" e terminar quase meio século de conflito


	Humberto de la Calle, o chefe da delegação de governo colombiano nas negociações com as Farc, em Hurdal
 (©AFP / Jorgen Braastad)

Humberto de la Calle, o chefe da delegação de governo colombiano nas negociações com as Farc, em Hurdal (©AFP / Jorgen Braastad)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 21h12.

Brasília - A mesa de negociação pelo fim do conflito armado entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano completa hoje (19) um ano de diálogos. O negociador-chefe do governo, Humberto de la Calle, apresentou um balanço do processo e defendeu ser este o “momento de redobrar o trabalho para conquistar a paz" e terminar quase meio século de conflito interno.

“Chegou a hora de fazermos todos os esforços pela paz”, disse, ao manifestar-se sobre a data, em Bogotá. Até o momento, o processo conseguiu fechar um acordo parcial sobre o tema agrário e a participação política das Farc, após a eventual conclusão das negociações.

Mas, para que o processo seja finalizado, a mesa ainda deve avaliar quatro temas: solução para o problema das drogas ilícitas; desarmamento e desmobilização da guerrilha; reparação de vítimas do conflito e ainda garantias para o cumprimento dos acordos firmados após o término dos diálogos.

O processo é observado por Cuba, país anfitrião da mesa, pelo Chile, a Noruega e a Venezuela. As negociações ocorrem sem uma trégua, já que as operações militares continuam. Os diálogos não são abertos ao público e, até o momento, informes e declarações só são anunciados a cada vez que a discussão de um tema é concluída.

A mesa está reunida atualmente pela 16ª vez e promove ciclos de conversações que duram de dez a 15 dias. A participação popular ocorre de maneira indireta, com a realização de fóruns de cidadania, apoiados pelas Nações Unidas, pelo Congresso do país e também por universidades. Os debates ocorrem em diversas regiões da Colômbia, e o site do processo também disponibiliza um espaço para o envio de mensagens e sugestões.

De acordo com Humberto de la Calle, a mesa já recebeu mais de 17 mil mensagens via internet e também formulários físicos que estão disponíveis à população nas prefeituras municipais.

O conflito armado colombiano é considerado um dos mais antigos do mundo. Em 49 anos de existência, o governo estima que foram causados mais de 300 mil assassinatos devido aos confrontos, massacres e atentados.

O país também é o que tem a maior quantidade de deslocados internos do mundo, com cerca de 4 milhões de colombianos. A guerra compromete 3% do Produto Interno Bruto (PIB) colombiano, segundo analistas independentes no país.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcNegociações

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições