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Processo de desarmamento na Colômbia "é irreversível", diz Santos

O presidente reconheceu que o cessar-fogo é "frágil", mas se mostrou confiante na implementação do estipulado

Juan Manuel Santos: com a paz, na sua opinião, "haverá mais crescimento e investimento" (Jaime Saldarriaga)

Juan Manuel Santos: com a paz, na sua opinião, "haverá mais crescimento e investimento" (Jaime Saldarriaga)

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EFE

Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 13h16.

Paris - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que no sábado receberá em Oslo o Prêmio Nobel da Paz, considerou nesta quinta-feira que o processo de desarmamento das Farc é "irreversível" e só pode ser freado por algo "extraordinário".

Santos admitiu à emissora "France 24" que temia que a incerteza sobre esse processo pudesse se prolongar, mas destacou que desde o "Dia D", em 2 de dezembro, que marcou o início do prazo, o desarmamento e a chegada dos guerrilheiros às zonas de concentração é "irreversível".

O presidente reconheceu que o cessar-fogo é "frágil", porque há cerca de "seis mil ou sete mil pessoas armadas por todo o país", mas se mostrou confiante na implementação do estipulado.

O acordo definitivo de paz entre o governo e as Farc foi assinado em 24 de novembro ao término de quatro anos de negociações em Havana e depois que um primeiro texto alcançado em 26 de setembro, foi rejeitado nas urnas em 2 de outubro.

Santos acredita que a Corte Institucional defina o "fast track", uma fórmula para aprovar com rapidez no Congresso o pacto entre o governo e as Forças Armadas revolucionárias da Colômbia (Farc).

Se esta fórmula não der resultado, o Congresso pode implementá-lo de todas formas, "embora vá demorar mais".

O dirigente colombiano apontou que a lei de anistia a guerrilheiros das Farc "é a primeira que pode ser aprovada após o sinal verde do Tribunal Constitucional", e admitiu entre outros pontos que ainda deve ser encerrada a discussão sobre a elegibilidade política dos combatentes.

"Todo o processo está orientado a dar a oportunidade de depor as armas e de seguir lutando por seus ideias políticas em um marco legal constitucional. Se não permitimos ser escolhidos, o processo carece de sentido. Todos os processos de paz permitem aos que entregam as armas participar", afirmou.

Santos precisou que "os responsáveis de crimes contra a humanidade serão investigados, julgados e condenados".

Embora "cada caso será tratado de forma individual e estão sendo determinadas as condições, deve haver uma maneira dessa gente poder participar", especificou.

Com a paz, na sua opinião, "haverá mais crescimento e investimento", e os benefícios do processo serão vistos tanto na Colômbia como no exterior, por isso que pediu "apoio à comunidade internacional" e "quanto dinheiro for necessário", embora não detalhou essa quantia.

A três dias da recepção do Nobel, acrescentou que "no momento em que foi anunciado o prêmio foi como um presente de Deus", uma espécie de "mandato da comunidade internacional", que ajudou a avançar "quatro dias depois que o referendo perdeu por uma margem muito pequena".

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