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Problemas contínuos aumentam risco de vazamento em Fukushima

Governo japonês adimitiu pela primeira vez provavelmente ocorreram fusões parciais nos núcleos dos reatores

Usina de Fukushima: explosões dificultam o trabalho dos técnicos  (AFT)

Usina de Fukushima: explosões dificultam o trabalho dos técnicos (AFT)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2011 às 14h27.

Tóquio - O risco de um desastre nuclear aumentou nesta segunda-feira no Japão devido aos contínuos problemas ocorridos na usina de Fukushima (nordeste do país).

O governo japonês, até agora muito precavido em suas declarações, admitiu pela primeira vez que "muito provavelmente" três reatores da usina de Fukushima sofreram uma fusão parcial de seus núcleos como causa do superaquecimento.

Agora o objetivo das equipes que trabalham no local é manter intactos os recipientes primários de contenção dos reatores (as "camadas" que os protegem) e evitar um perigoso vazamento de radioatividade na região, onde mais de 200 mil pessoas foram retiradas de seus lares.

Os esforços para controlar os reatores foram dificultados devido a uma explosão ocorrida hoje no edifício do reator número 3 que deixou 11 feridos, entre eles sete trabalhadores da central e quatro militares.

O governo disse que a explosão, similar à ocorrida no último sábado no reator 1, não foi nuclear, mas química, causada por um acúmulo de hidrogênio.

Ainda de acordo com as autoridades, não houve danos no reator nem vazamento radioativo. Por outro lado, o acidente pode ter afetado quatro das bombas anti-incêndios que estavam preparadas para esfriar os reatores através de jatos de água do mar, segundo a Agência para a Segurança Nuclear do Japão.

No fim da tarde (horário local), este organismo indicava que só havia uma bomba em funcionamento para tentar resfriar o reator número 2, apesar de os de número 1 e 3 ainda precisarem de novas injeções de água marinha, segundo a agência estatal de notícias "Kyodo".

As informações sobre a real situação da usina foram contraditórias por parte da companhia Tóquio Electric Power (Tepco), que pouco após anunciar que a temperatura nos reatores 1 e 2 havia finalmente se estabilizado, surpreendeu ao advertir sobre um novo e grave superaquecimento do segundo.

Passada a meia-noite, aumentaram as informações sobre sérias dificuldades no controle da temperatura do núcleo do reator 2.

O próprio porta-voz do Governo, Yukio Edano, chegou a criticar a Tepco ao indicar que as informações que estavam sendo transmitidas ao primeiro-ministro eram "pouco precisas".

A preocupação generalizada fez com que fossem realizados exaustivos controles de radioatividade na região, onde na noite de falava-se que quase 200 pessoas poderiam ter sido expostas a radiações.

Nesta segunda-feira também foram detectados sinais de radioatividade de baixo nível em 17 membros de uma equipe militar dos Estados Unidos que colaborava com helicópteros nos trabalhos de assistência na província de Miyagi, uma das mais afetadas pelo terremoto e o posterior tsunami.

O fato provocou a suspensão temporária das operações do porta-aviões de propulsão nuclear Ronald Reagan, além de outros navios da marinha americana que estavam na região.

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