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Pró-russos lançam ataque contra aeroporto na Ucrânia

Separatistas lançaram ataque contra o aeroporto de Donetsk, nas mãos do exército ucraniano, enfraquecendo ainda mais a trégua

Separatista em um posto de controle da cidade de Donetsk, no leste ucraniano (Bulent Kilic/AFP)

Separatista em um posto de controle da cidade de Donetsk, no leste ucraniano (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 13h56.

Donetsk - Os separatistas pró-russos lançaram nesta quinta-feira um ataque contra o estratégico aeroporto de Donetsk, nas mãos do exército ucraniano, enfraquecendo ainda mais a trégua, no momento em que russos e ucranianos tentam retomar as difíceis negociações sobre o gás em Bruxelas.

Uma espessa fumaça saída do aeroporto pairava sobre grande parte da cidade de Donetsk, capital regional e reduto rebelde, e ainda há sons de artilharia pesada e rajadas de armas automáticas a três quilômetros do local, de acordo com jornalistas da AFP.

"Ontem (quarta-feira), as tropas (rebeldes) entraram em um dos terminais do aeroporto, mas não podemos confirmar se eles ainda estão dentro ou se deixaram a cena", declarou nesta quinta-feira à AFP um porta-voz separatista.

De acordo com um porta-voz militar ucraniano, Vladislav Seleznev, os rebeldes atacaram com tanques e bombardearam as forças governamentais que controlam o terminal principal.

"A situação é tensa no aeroporto, eles lançaram um segundo ataque na parte da manhã", informou.

Responsabilidade partilhada

No início da tarde desta quinta-feira, os combates que fizeram "feridos" continuam em andamento, de acordo com outro porta-voz ucraniano, Andrii Lysenko.

Apesar dos dois acordos de cessar-fogo selados em Minsk em 5 e 20 de setembro, os combates deixaram dez mortos na quarta-feira em um bairro de Donetsk, localizado a cerca de 4 km do aeroporto, onde projéteis atingiram um ponto de ônibus e uma escola no dia do início do novo ano escolar nas regiões rebeldes.

Os separatistas acusam o exército ucraniano, que controla o aeroporto, de ser responsável pelos disparos.

A Anistia Internacional compartilha esta opinião, dizendo, no entanto, que os rebeldes "estão colocando alvos militares em bairros residenciais" e que por isso "partilham as responsabilidades" pelas tragédias humanas.

Por sua vez, a Rússia anunciou nesta quinta-feira a abertura de uma investigação contra o ministro ucraniano da Defesa, Valeri Gueletei, acusado de "genocídio" da população de língua russa do leste da Ucrânia.

"Abrimos uma investigação contra o ministro ucraniano da Defesa, Valeri Gueletei pela organização de assassinatos, uso de métodos de guerra proibidos e genocídio", afirma um comunicado do Comitê de Investigação russo.

O comandante do Estado-Maior ucraniano, Viktor Mujenko, também será investigado, assim como outras autoridades militares ucranianas, segundo a nota.

Kiev, assim como a Otan, acusam o Kremlin de jogar lenha na fogueira, apoiando os separatistas, o que Moscou nega. A Otan indicou esta semana que "centenas" de soldados russos ainda estavam no leste separatista, enquanto que o último acordo de Minsk prevê a retirada de todos os combatentes estrangeiros.

Solução provisória

O novo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exigiu na quarta-feira "uma verdadeira mudança nas ações da Rússia", considerando que este país "mantém sua capacidade de desestabilizar a Ucrânia."

Com a aproximação do inverno, o ministro da Energia ucraniano, Yuri Prodan, é esperado nesta quinta em Bruxelas para discussões com a União Europeia, que teme cortes de gás para seus 28 países membros caso Moscou não retome seu fornecimento à Ucrânia, suspenso em junho. Um reunião com a Rússia poderia ser realizada na sexta-feira.

"Estamos à procura de uma solução provisória" com a Gazprom, ressaltou o primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatseniyuk em uma reunião em Kiev com investidores estrangeiros. "Hoje teremos consultas entre a UE, a Rússia e a Ucrânia sobre um acordo temporário", disse ele.

Apresentado na última sexta-feira o "acordo provisório" ainda deve ser aprovado pelos dois governos. O comissário europeu para a Energia, Günther Oettinger, explicou que, em troca do pagamento de US$ 3,1 bilhões antes do final do ano, a empresa russa Gazprom iria se comprometer a fornecer pelo menos 5 bilhões de m3 de gás para a Ucrânia para que o país possa atravessar o inverno.

A Rússia responde por 30% das importações de gás da Europa, metade das quais passa pela Ucrânia. Moscou acredita que Kiev deve 5,3 bilhões dólares de juros de mora e multas, e ameaça os membros da UE de corte caso continuem a vender gás para a Ucrânia através de "fluxo reverso".

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