Ativista em apoio a Mohamed Mursi: Mursi é acusado de conspirar com o grupo islamita palestino Hamas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 09h53.
Cairo - Um tribunal egípcio ordenou nesta sexta-feira o prolongamento da prisão preventiva por 30 dias contra o deposto presidente do Egito Mohamed Mursi, detido pelo Exército em um lugar desconhecido e acusado de conspirar com o grupo islamita palestino Hamas.
O juiz do Tribunal de Apelações do Cairo, Hassan Samir, dipôs a mesma medida para o ex-chefe do gabinete da Presidência de Mursi, Refaa al Tahtaui, informou a agência de notícias "Mena".
Ambos são acusados, além disso, do assassinato de presos e oficiais de polícia, do sequestro de responsáveis de segurança, do assalto e incêndio da prisão de Wadi Natrun e de atacar instalações das forças de ordem.
Mursi esteve recluso em Wadi Natrun durante a revolução que derrubou seu antecessor na Presidência, Hosni Mubarak, entre janeiro e fevereiro de 2011, mas conseguiu escapar dois dias depois graças ao caos que reinava nas prisões após a debandada dos guardiães.
Tahtaui também enfrenta a acusação de filtrar importantes informações ao Hamas quando trabalhava no gabinete presidencial.
O magistrado pediu a detenção de outros acusados na mesma causa, que até agora inclui 13 detidos.
Sobre Mursi ainda há outras ordens de prisão preventiva por supostamente ter insultado o Poder Judiciário e por sua suposta implicação na morte, detenção e tortura de cidadãos nos distúrbios de dezembro em frente ao palácio presidencial.
Por outro lado, o islamita Esam al Erian, vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, grupo no qual Mursi militou até que chegou à Presidência em junho de 2012, pediu hoje os seguidores do deposto líder a se manifestar nesta sexta-feira e amanhã.
Al Erian, que se encontra em paradeiro desconhecido e contra o qual foram ditadas várias ordens de detenção por supostamente instigar à violência, advertiu que "o povo não se renderá perante a força brutal das forças de segurança".
As manifestações são organizadas pela Coalizão de Defesa da Legitimidade, que agrupa os Irmandade Muçulmana e forças afines, que rejeitam o golpe militar que desbancou do poder Mursi em 3 de julho.