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Principal testemunha diz ter cometido crimes com Paul Manafort

Gates, que também trabalhou para eleger Trump, comandava negócio de consultoria política com chefe de campanha do presidente dos EUA

Rick Gates: ele disse que ajudou Manafort a preencher declarações fiscais falsas e não declarou contas bancárias no exterior (Joshua Roberts/Reuters)

Rick Gates: ele disse que ajudou Manafort a preencher declarações fiscais falsas e não declarou contas bancárias no exterior (Joshua Roberts/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 20h47.

Alexandria, Estados Unidos  – Rick Gates, um associado de negócios de longa data de Paul Manafort, ex-chefe da campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em julgamento nesta segunda-feira que ajudou Manafort a preencher declarações fiscais falsas e não declarou contas bancárias no exterior.

Havia expectativa de que Gates fosse a principal testemunha no caso do governo contra Manafort, tendo se declarado culpado em fevereiro e concordado em cooperar com procuradores sob um acordo que pode levar a uma sentença reduzida.

“Nós não enviamos o formulário exigido designando que ele possuía controle sobre uma conta offshore”, disse Gates ao júri no tribunal federal em Alexandria, na Virgínia, no quinto dia do julgamento.

Quando o procurador Greg Andres perguntou o motivo, Gates respondeu: “Sob direção do sr. Manafort”.

Gates também declarou que ele e Manafort sabiam que isto era um crime porque haviam sido notificados por contadores de Manafort em e-mails.

Advogados de Manafort sinalizaram que irão buscar culpar Gates e o acusaram de desviar milhões de dólares de Manafort. Gates e Manafort se conhecem há duas décadas e comandavam um negócio multimilionário de consultoria política. Gates também trabalhou para a campanha eleitoral de Trump.

"A pedido do sr. Manafort, não divulgamos contas bancárias no exterior", disse Gates ao tribunal. "Fora dos negócios, nós não socializamos."

Manafort se declarou inocente para 18 acusações de fraude fiscal e bancária e fracasso em relatar contas bancárias no exterior. As acusações são anteriores aos seus cinco meses na campanha de Trump, mas foram as primeiras a serem levadas a tribunal decorrentes da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre interferência russa na eleição presidencial norte-americana de 2016.

O júri ouviu sobre como Manafort recebeu dezenas de milhões de dólares para trabalhos com políticos pró-Rússia na Ucrânia. Mueller também está investigando possível coordenação entre membros da campanha de Trump e autoridades russas na campanha eleitoral, mas as acusações contra Manafort não possuem relação com isto.

Procuradores passaram nesta segunda-feira por uma lista de corporações no exterior e Gates prestou depoimento que todas elas eram controladas por Manafort e possuíam rendimentos recebidos por seu trabalho com consultoria política.

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