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Princesa saudita presa por tráfico de pessoas paga fiança

Monarca pagou fiança de 5 milhões de dólares um dia após ser presa nos Estados Unidos, por forçar queniana a fazer trabalho escravo


	Foto divulgada pelas autoridades policiais mostra a princesa saudita: Meshael Alayban, de 42 anos, foi indiciada por tráfico humano, ao forçar queniana a entrar no país para fazer trabalhos domésticos
 (AFP)

Foto divulgada pelas autoridades policiais mostra a princesa saudita: Meshael Alayban, de 42 anos, foi indiciada por tráfico humano, ao forçar queniana a entrar no país para fazer trabalhos domésticos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2013 às 09h58.

Los Angeles - Acusada de tráfico de pessoas, a princesa saudita Meshael Alayban pagou uma fiança de US$ 5 milhões, um dia depois de ser presa, informou a Promotoria americana nesta quinta-feira, confirmando que ela teria uma trabalhadora doméstica queniana como escrava no sul de Los Angeles.

Meshael Alayban, de 42 anos, foi indiciada na quarta-feira por tráfico humano, ao forçar uma mulher queniana a entrar no país para fazer trabalhos domésticos.

"A acusada entregou seu passaporte, deverá usar um GPS para que as autoridades controlem seu paradeiro, não poderá se afastar do condado de Orange sem permissão judicial e está proibida de entrar em contato com a vítima", acrescentou a nota divulgada pelas autoridades.

A princesa é uma das seis mulheres do príncipe Abdulrahman bin Nasser bin Abdulaziz al-Saud, bisneto do rei saudita Abdullah, disse a porta-voz.

"Com base em seu passaporte, em declarações concedidas às autoridades e em outras investigações, de fato, parece que a acusada é mulher de um príncipe da Arábia Saudita", explicou o porta-voz do condado de Orange, Farrah Emami.

"Ainda há uma investigação em curso para determinar exatamente qual é sua posição na família Real", acrescentou.


A suposta vítima foi forçada a trabalhar sete dias por semana, 16 horas por dia, por US$ 220 dólares por mês - muito diferente das oito horas por cinco dias na semana, com salário de US$ 1.600, prometidos anteriormente. Primeiro, ela trabalharia em um palácio na Arábia Saudita e, depois, em um apartamento em Irvine (uma localidade do condado de Orange), onde a princesa passava uma temporada com a família.

A queniana, mãe de uma menina de sete anos, foi contratada em março do ano passado por uma agência de seu país para fazer tarefas domésticas em um palácio árabe, mas, quando se apresentou no novo trabalho, seus empregadores confiscaram seu passaporte e quebraram o contrato, de acordo com a Justiça americana.

Quase um ano depois, em maio deste ano, a princesa Alayban chegou aos EUA junto com a família, a queniana e outras quatro empregadas filipinas, cuja situação legal ainda está sendo investigada.

A suposta vítima queniana, de 30 anos, contou à polícia que sua "empregadora" lhe devolveu o passaporte apenas para passar pelo trâmite da imigração e, depois, confiscou-o novamente. Com isso, a mulher, que não foi identificada pelo nome, não podia voltar para o seu país, afirma a acusação.

Na terça-feira, a queniana fugiu e conseguiu pegar um ônibus. Ao perceber seu nervosismo, um dos passageiros a ajudou a procurar a polícia. Ao escapar, ela levava um folder do Departamento de Estado americano com informações sobre o tráfico de pessoas. O panfleto foi entregue a ela às escondidas pela embaixada americana em Riad, capital da Arábia Saudita, quando seu visto foi emitido.


"É uma mulher inteligente. Viu (na viagem aos EUA) a oportunidade de ser livre e a pegou", comentou seu advogado, Steve Baric.

Um dia depois da fuga da criada, na quarta-feira, a princesa Alayban foi detida em uma operação, na qual a polícia encontrou as filipinas. Elas também estavam sem seus passaportes.

A acusada estava em Irvine de férias com o marido - o príncipe - e seus três filhos pequenos, relatou o promotor de distrito, Tony Rackauckas.

Nesta quinta, um tribunal da localidade de Santa Ana, no condado de Orange, agendou a leitura formal das acusações contra a princesa para 29 de julho. Se for considerada culpada, ela pode ser condenada a até 12 anos de prisão.

Ainda não está claro se a suposta vítima vai querer permanecer nos Estados Unidos, mas ela tem direito a obter um visto destinado a vítimas desse tipo de crime, lembrou o promotor.

"Se alguém estiver sendo escravizado, deve entrar em contato com as autoridades. Qualquer vítima de tráfico humano receberá a proteção das leis dos Estados Unidos e da Califórnia", disse o promotor do distrito, Tony Rackauckas, em um comunicado.

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