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Primos búlgaros de Dilma cruzam os dedos

Parentes distantes da candidata petista souberam da carreira política da prima quando a viram atuar no governo Lula

Toshka Kovacheva, esposa do primo búlgaro de Dilma Rousseff (Dimitar Dilkoff/AFP)

Toshka Kovacheva, esposa do primo búlgaro de Dilma Rousseff (Dimitar Dilkoff/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 16h40.

Gabrovo, Bulgária - Os primos búlgaros de Dilma Rousseff, candidata de esquerda à presidência do Brasil, falam com orgulho da parente distante e torcem por sua vitória no segundo turno no dia 31 de outubro, bem como os habitantes da cidade natal de seu pai, Gabrovo.

"Os méritos são dela, não de seus parentes. Admiro sua constância e sua coragem", contou a prima alemã Tsanka Kamenova, 67 anos, pesquisadora do Instituto de Metais de Sofia.

Toshka Kovatcheva, 72 anos, esposa do primo alemão Tsvetan Kovatchev que faleceu recentemente, representa, junto de sua filha, o que resta da família Rousseff em Gabrovo, a cidade natal de Petar Roussev, que migrou em 1929.

"Levei um susto quando escutei na televisão, em 2003, o nome de Dilma Rousseff, ministra de Minas e Energia, durante a visita do presidente búlgaro Gueorgui Parvanov ao Brasil", relembrou.

Elas se disseram felizes e comovidas por descobrir uma parente com carreira tão vertiginosa: "Estamos cruzando os dedos para que ela ganhe", declararam.


Como a população de Gabrovo, cidade com 60 mil habitantes no sopé das cordilheiras dos Bálcãs, elas esperam que Dilma venha à Bulgária quando for eleita presidente do Brasil.

A imprensa búlgara, normalmente indiferente à política da América Latina, publicou fotos de Dilma nas primeiras páginas e enviou correspondentes especiais para o Brasil. Tsanka Kamenova, no entanto, acha um pouco exagerado a ênfase colocada nas origens búlgaras da candidata.

Dilma declarou para o jornal 24 Tchassa "se sentir um pouco búlgara" e que tinha "carinho e amor" pelo país de seu pai, morto em 1962. Além disso, disse planejar visitar a Bulgária em breve.

Petar Roussev inicialmente migrou para a França, depois para a Argentina e, por fim, se instalou no Brasil com o nome de Pedro Rousseff. A família que ficou para trás, incluindo sua esposa grávida, acreditava que ele havia morrido.

Em 1948, ele escreveu para sua mãe, Tsana, anunciando seu sucesso como empreiteiro e sua nova família no Brasil, onde teve três filhos, incluindo Dilma Vana, contaram as primas.

Petar entrou também em contato com o filho do primeiro casamento, Luben, já morto, contou Toshka Kovatcheva. "Sei que seu filho, engenheiro civil, queria ir para o Brasil, mas, com o antigo regime comunista na Bulgária, não foi possível", disse.

Os habitantes de Gabrovo, que enviaram uma mensagem de apoio para a favorita nas eleições brasileiras, cheia de canto e dança folclóricas, lhe aguardam. "Ela deve trazer empresários brasileiros: podemos aprender muito com eles sobre gestão de crise econômica", brincou Jan Gueorguiev, um aposentado.


A população da cidade é conhecida por sua avareza. O símbolo humorístico da região é um gato com cauda cortada: isso lhe permitiria passar mais rápido de um cômodo para o outro sem deixar que o calor escapasse no inverno. Segundo uma outra anedota, em Gabrovo, dança-se sem sapatos para não fazer barulho e aproveitar a música da cidade vizinha.

"Esse espírito 'pão duro' dos habitantes de Gabrovo é notório, mas ajuda com que eles sejam empreendedores e bem-sucedidos", explicou o prefeito, Nikolaï Sirakov.

A cidade, que organiza um carnaval cheio de humor todas as primaveras, pode torna-se agora "parceira do famoso carnaval do Rio, o que permitiria que os dois eventos crescessem mutuamente", completou o prefeito com um sorriso.

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