Ajuda humanitária destinada ao Iêmen é carregada em avião da Cruz Vermelha na Bélgica (Sophie Kip/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2015 às 09h18.
Sana - O primeiro avião do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com 16 toneladas de ajuda médica, assim como outro do Unicef pousaram nesta sexta-feira na capital do Iêmen, Sana, anunciou a porta-voz da organização no país, Marie-Claire Feghali.
"A carga tem medicamentos e instrumentos cirúrgicos", afirmou a porta-voz, que estava presente no aeroporto da capital iemenita.
"No sábado um segundo avião deve transportar 32 toneladas de ajuda médica, geradores e equipamentos para purificar a água destinados aos hospitais de Sanaa", disse.
Poucas horas depois, um avião fretado pelo Unicef pousou em Sanaa com 16 toneladas de medicamentos a bordo, afirmou Mohamed al-Asadi, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância.
A primeira carga de ajuda do organismo para o Iêmen tem "medicamentos, antibióticos e lotes de primeiros socorros", disse o porta-voz.
Ao mesmo tempo, um navio com ajuda médica do CICV chegou na quarta-feira a Áden (sul), incluindo cinco membros da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
No mesmo dia, a MSF enviou ao Iêmen uma carga de 2,5 toneladas de material médico.
Esta semana, a Cruz Vermelha alertou para uma situação humanitária "crítica" no Iêmen, cenário de um conflito entre uma poderosa milícia xiita, que assumiu o controle de Sanaa, e os partidários do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.
Há mais de duas semanas, uma coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita bombardeia os rebeldes xiitas huthis e seus aliados em vários pontos do país.
Nesta sexta-feira, o Parlamento do Paquistão aprovou uma resolução que pede ao governo uma posição de neutralidade no conflito do Iêmen, apesar dos pedidos de ajuda militar da Arábia Saudita.
A resolução apela ao primeiro-ministro Nawaz Sharif que intensifique os esforços para obter uma solução pacífica no conflito, que desestabiliza ainda mais o Oriente Médio.
Os deputados destacaram que o Paquistão deveria desempenhar um papel de mediador no conflito, sem envolvimento nos combates, em uma rejeição de fato ao pedido de Riad para o envio de tropas, navios e aviões de guerra.
A Arábia Saudita deseja a entrada de Islamabad na coalizão árabe que luta no Iêmen contra os rebeldes xiitas, apoiados pelo Irã, vizinho do Paquistão.
O conflito deixa o Paquistão em uma posição difícil entre Riad, um aliado próximo e doador regular do país, com o qual tem uma cooperação na área militar, e seu poderoso vizinho Irã, hostil à operação saudita.