Mundo

Primeiro-ministro turco acusa ocidentais de desonestidade

Ancara - O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan acusou neste sábado os países ocidentais de faltarem com "a honestidade e a sinceridade" sobre a questão nuclear iraniana, informou a agência de notícias turca Anatolie. Dirigindo-se à imprensa turca durante sua visita oficial ao Brasil, Erdogan censurou mais uma vez os países ocidentais que permanecem mudos a […]

Erdogan censurou países ocidentais que permanecem mudos a respeito da questão de Israel que, segundo os especialistas, possui armas nucleares (.)

Erdogan censurou países ocidentais que permanecem mudos a respeito da questão de Israel que, segundo os especialistas, possui armas nucleares (.)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2010 às 14h31.

Ancara - O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan acusou neste sábado os países ocidentais de faltarem com "a honestidade e a sinceridade" sobre a questão nuclear iraniana, informou a agência de notícias turca Anatolie.

Dirigindo-se à imprensa turca durante sua visita oficial ao Brasil, Erdogan censurou mais uma vez os países ocidentais que permanecem mudos a respeito da questão de Israel que, segundo os especialistas, possui armas nucleares.

Sem citar o Estado hebreu, ele declarou: "Vocês não têm a mesma maneira de abordar as coisas nesse assunto, e fazem alarde quando de trata do Irã. Não considero isso como um enfoque leal, honesto e sincero".

Turquia e Brasil, atualmente membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, entram em uma disputa cada vez mais forte com os Estados Unidos, que rejeitaram o acordo anunciado no dia 17 de maio entre Teerã, Brasília e Ancara, para a troca do combustível nuclear iraniano.

Apesar desse acordo, Washington continua a insistir na votação de novas sanções pelo Conselho de Segurança contra o Irã, que os ocidentais suspeitam que tenha como objetivo produzir o arsenal nuclear sob o pretexto de um programa civil.

Erdogan respondeu assim à secretária de Estado americana Hillary Clinton, que declarou na quinta-feira que o acordo Turquia-Brasil-Irã tinha como objetivo "ganhar tempo para o Irã (...) deixando o mundo mais perigoso, e não o contrário".

"A iniciativa que tomamos não é uma iniciativa que coloca o mundo em perigo. Ao contrário, é uma iniciativa destinada a prevenir as tentativas de colocar o mundo em perigo", disse, citado pela Anatólia.

"Dissemos desde o início: não queremos armas nucleares na região", acrescentou.

O acordo do dia 17 de maio prevê a troca em território turco de 1,2 tonelada de urânio iraniano enriquecido a 3,5% por 120 kg de combustível enriquecido em 20%, fornecido pelas grandes potências e destinado ao reator de pesquisas de Teerã.

A França e a Rússia tinham, anteriormente, proposto fornecer ao Irã combustível enriquecido.

Erdogan acusou os dirigentes ocidentais de terem voltado atrás nos termos que haviam sido estabelecidos e garantidos por Turquia e Brasil, citando particularmente o presidente francês Nicolas Sarkozy.

"Em nossos contatos anteriores, eles haviam dito que poderiam fornecer urânio (enriquecido) ao Irã em dez meses... Colocamos uma cláusula de um ano, garantindo uma vantagem de dois anos adicionais", disse.

"Agora, eles dizem que esses 120 quilos (de combustível) não podem ser produzidos antes de dois anos... Foi o que disse Sarkozy. Fica impossível compreender", acrescentou.

Ele ainda disse que continuaria se esforçando, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para obter mais apoio para o acordo de 17 de maio. Ele acrescentou ainda que debateria o assunto provavelmente com o presidente americano Barack Obama durante a cúpula do G20 no Canadá no próximo mês.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaÁsiaDados de BrasilEnergiaEnergia nuclearInfraestruturaIrã - País

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia