Redator na Exame
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 11h39.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, anunciou uma proposta polêmica: proibir a compra de imóveis na Espanha por pessoas que não sejam cidadãos da União Europeia (UE). O objetivo é combater a especulação imobiliária e o aumento desenfreado dos preços das residências no país.
“Vamos proibir estrangeiros de fora da UE de comprar casas em nosso país, quando nem eles, nem suas famílias moram aqui e, portanto, estão especulando”, declarou Sanchez no domingo, 19.
A medida vem após o anúncio de outra proposta, que prevê uma taxa de 100% sobre a compra de imóveis por estrangeiros não residentes. A ideia é barrar práticas especulativas que dificultam o acesso à moradia para os espanhóis. Em 2023, cerca de 23 mil casas e apartamentos foram adquiridos por pessoas de fora da União Europeia, contribuindo para o aumento da escassez e do custo habitacional.
Atualmente, os britânicos lideram a lista de estrangeiros que mais compram imóveis no país, apesar de o Reino Unido ter deixado a UE em 2016 com o Brexit. Além disso, cidadãos latino-americanos com alto poder aquisitivo também estão entre os maiores compradores, com destaque para a capital, Madri.
Segundo Sanchez, a Espanha enfrenta um déficit anual de cerca de 200 mil novas residências. Para enfrentar a crise imobiliária, o governo apresentou um plano em 12 pontos, que inclui:
Agora, o primeiro-ministro quer restringir ainda mais o acesso de compradores estrangeiros fora da UE, especificamente aqueles que não residem no país nem possuem familiares que morem na Espanha.
Embora Sanchez demonstre firmeza em implementar suas propostas, o caminho até a aprovação não será fácil. Sem maioria no parlamento, o primeiro-ministro precisará articular alianças políticas para que os projetos avancem.