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Primeiro-ministro português promete acabar com 'embriaguez da dívida'

Pedro Passos Coelho assumiu hoje o cargo estabelecendo como 'objetivo urgente' o reequilíbrio das contas públicas

Pedro Passos: "nossas prioridades são claras: estabilizar as finanças, socorrer os mais necessitados, fazer a economia e o emprego crescerem" (Patricia de Melo Moreira/AFP)

Pedro Passos: "nossas prioridades são claras: estabilizar as finanças, socorrer os mais necessitados, fazer a economia e o emprego crescerem" (Patricia de Melo Moreira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2011 às 14h37.

Lisboa - O novo primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, que nesta terça-feira assumiu seu cargo, prometeu acabar com a "embriaguez da dívida", estabelecendo como "objetivo urgente" reequilibrar as contas públicas para que o país encontre sua "autonomia política".

"Portugal sabe por experiência própria que a embriaguez da dívida se limita a um bem-estar artificial e breve até que chega a fatura e o afundamento. Também sabe agora o preço que deve ser pago em termos de autonomia política", declarou Passos Coelho antes de prometer que o país honrará seus compromissos no plano de ajuda estabelecido em maio com a UE e o FMI.

"Reduziremos a dívida para recuperar nossa capacidade para decidir mais livremente e fazer nossas próprias eleições", afirmou, antes de prometer que não vai "esconder nada da amplitude e da urgência dos desafios que se impõe".

"Nossas prioridades são claras: estabilizar as finanças, socorrer os mais necessitados, fazer a economia e o emprego crescerem", indicou o novo primeiro- ministro, que deverá comandar durante quatro anos um governo de coalizão entre seu Partido Social-democrata (centro-direita) e o CDS-PP (direita).

"A recuperação das contas públicas é um imperativo urgente para enfrentarmos os problemas de curto prazo. Mas é sobretudo uma condição necessária para termos uma economia próspera e geradora de emprego a médio prazo", disse.

Antes disso, o presidente Anibal Cavaco Silva pediu que ao novo governo que "aja imediatamente" para "assegurar, em primeiro lugar, o respeito rigoroso ao programa" negociado com a UE e o FMI, que concederam ao país um empréstimo de 78 bilhões de euros em maio por um período de três anos.

"Os compromissos internacionais assumidos por Portugal constituem sem dúvida um mapa do caminho de grande responsabilidade, sobretudo porque os prazos para adotar as diferentes medidas são curtos demais e que o respeito aos diferentes objetivos será alvo de um controle rígido, tanto por parte das instituições internacionais como pelos mercados", ressaltou.

"O respeito ao programa exige muitos sacrifícios, mas é inevitável", acrescentou, antes de advertir que os custos de um "fracasso seriam absolutamente catastróficos e durarão muitos anos", hipotecando o futuro das novas gerações.

Muito endividado -160 bilhões de euros no final de 2010-, Portugal terminou o ano passado em recessão, registrando um déficit público de 9,1% do PIB e uma taxa de desemprego de mais de 11%, que obrigou o governo socialista que está deixando o poder a negociar em maio um plano de ajuda com a UE e com o FMI, semelhante ao de Grécia e Irlanda.

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