O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zidan: o ministro da Justiça disse que os sequestradores terão de responder judicialmente pela prisão (Chip Somodevilla/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 07h50.
Trípoli - O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zidan, sequestrado nesta madrugada por um corpo de segurança dependente do Ministério do Interior, foi libertado, anunciou o porta-voz do governo, Mohammed Yehia Kaber, à agência de notícias líbia "WAL".
"O primeiro-ministro foi libertado e se encontra em bom estado de saúde", disse o porta-voz. Kaber explicou que Zidan não foi solto pelos sequestradores e deu a entender que as forças de segurança realizaram uma operação para libertá-lo.
O Executivo líbio tinha exigido o fim do sequestro em comunicado lido pelo ministro da Justiça, Salah al Margani.
"Os sequestradores têm que assumir a responsabilidade legal, moral e nacional da segurança pessoal do primeiro-ministro e a obrigação de libertá-lo imediatamente", disse Margani.
Além disso, o ministro condenou o ocorrido, que classificou de "crime" e "sequestro". Margani afirmou ainda que os responsáveis terão que responder por seus atos perante a justiça.
Na mensagem, o governo pediu unidade de todas as forças políticas e civis e assegurou que a situação de segurança na Líbia "está sob controle".
Margani explicou que o primeiro-ministro foi sequestrado no começo da manhã no hotel Coríntia, em Trípoli, por um grupo de homens armados a bordo de 15 veículos.
O corpo de segurança conhecido como "A luta contra o crime", formado por antigos rebeldes e dependente do Ministério do Interior, reivindicaram o sequestro e explicaram que se tratava de uma detenção.
Segundo os autores da ação, o primeiro-ministro ameaça a segurança do Estado.
Dois anos depois do triunfo da revolta popular armada que em 2011 pôs fim ao regime de Muammar Kadafi, o governo líbio continua sendo incapaz de impor sua autoridade, em grande parte pela proliferação de armas e a existência de milícias semiautônomas formadas por ex-rebeldes, assim como pela fraqueza dos aparatos de segurança.