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Primeiro-ministro italiano apresenta renúncia

O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, apresentou sua renúncia ao Chefe do Estado, Giorgio Napolitano

Ex-primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta: o Partido Democrata exigiu um novo Executivo para tirar o país do engessamento (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

Ex-primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta: o Partido Democrata exigiu um novo Executivo para tirar o país do engessamento (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 11h36.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, apresentou nesta sexta-feira sua renúncia ao Chefe de Estado, Giorgio Napolitano, depois que seu partido, o Partido Democrata (PD), exigiu um novo Executivo para tirar o país do engessamento.

Napolitano abrirá ainda hoje uma rodada de consultas com os partidos representados no Parlamento para buscar uma solução para essa crise de governo.

Em comunicado, a Chefia do Estado explicou que a renúncia irrevogável de Letta acontece depois que o Partido Democrata "votou a favor de uma mudança no governo. Assim, faltou o apoio determinante do principal membro da maioria do governo".

A nota acrescenta que, diante dessa situação, Letta desprezou a possibilidade de comprovar se conta com a maioria no Parlamento, assim como "não se mostrou disponível a presidir governos apoiados por outras hipotéticas maiorias".

Assim, Napolitano comunicou que abrirá a rodada de consultas com as forças parlamentares hoje mesmo e que terminarão já amanhã, a fim de "levar a uma eficaz solução da crise, nesta delicada fase econômica que o país atravessa e para enfrentar o mais rápido possível o exame da nova lei eleitoral e outras reformas institucionais urgentes".

A Chefia do Estado lembra que esse mesmo procedimento continuou após a renúncia de Silvio Berlusconi em novembro de 2011, e posteriormente de Mario Monti em dezembro de 2012.

Letta, de 47 anos, apresentou sua renúncia a Napolitano após presidir seu último Conselho de Ministros, no qual realizou um brinde de despedida com seu Executivo.


O primeiro-ministro tinha sido eleito por Napolitano em abril de 2013 para formar um governo de coalizão que tirasse o país do atoleiro ao qual lhe tinham conduzido os resultados das eleições de fevereiro.

Letta chegou ao redor das 13h locais (10h de Brasília) ao Quirinale, sede do governo, e se reuniu durante meia hora com Napolitano, de 88 anos.

"Vou renunciar. Obrigada a quem me ajudou", escreveu Letta em seu perfil no Twitter enquanto se dirigia ao Quirinale e acrescentou uma das máximas que repetia sobre seu trabalho no governo: "Todo dia como (se fosse) o último".

O primeiro-ministro deixa o Executivo sem polêmicas e com apenas um breve comunicado depois que ontem em uma assembleia de seu partido se lhe retirasse a confiança, convidando-o a deixar seu posto ao líder do PD, o prefeito de Florença, Matteo Renzi, de 38 anos.

"Como resultado das decisões tomadas hoje pela direção nacional do Partido Democrata, informei ao presidente da República, Giorgio Napolitano, sobre a minha vontade de me apresentar no Quirinale para renunciar ao cargo de presidente do Conselho de Ministros", foi o comunicado de Letta.

A possibilidade de convocar eleições é distante e o próprio Napolitano assegurou que eram "tolices" quando os jornalistas lhe perguntaram pela hipótese na quarta-feira passada.

A solução é do PD, pois irá à reunião com Napolitano com a proposta de um governo de coalizão até 2018 liderado por Matteo Renzi.

Quanto às consultas com Napolitano, o Movimento 5 Estrelas (M5S) anunciou que não participará, em protesto contra o gerenciamento da crise em outra nova queda de braço com as instituições.

A nova centro-direita, o partido de Angelino Alfano, atual vice-presidente do governo e dissidente do partido de Silvio Berlusconi, anunciou que apoiará o governo de Renzi embora com algumas condições, da mesma forma que o grupo Escolha Cívica.

Já anunciou total rejeição ao Executivo de Renzi, o partido, Forza Itália de Silvio Berlusconi, que anunciou que liderará a delegação que se reunirá com Napolitano.

*Atualizada às 12h36 do dia 14/02/2014

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