Nawaz Sharif: o caso, iniciado pelo líder da oposição Imran Khan, é destaque há vários meses na imprensa do Paquistão (Spencer Platt/Getty Images)
AFP
Publicado em 20 de abril de 2017 às 13h04.
O Tribunal Supremo do Paquistão ordenou nesta quinta-feira uma investigação mais detalhada sobre as acusações contra o primeiro-ministro Nawaz Sharif, envolvido no caso conhecido como "Panama Papers", mas não pediu sua destituição.
O primeiro-ministro é acusado de ter ocultado a verdade sobre as empresas e os bens imobiliários que seus filhos possuem através de sociedades financeiras "offshore".
O caso surgiu com a publicação do vazamento maciço de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, que revelou manobras de evasão fiscal de empresas e personalidades de todo o mundo.
"É necessária uma investigação mais profunda", afirmou o juiz Asif Saeed Khosa ao anunciar a decisão do Supremo nesta quinta-feira.
O tribunal ordenou a criação, em um prazo de sete dias, de uma comissão de inquérito conjunta com a presença de representantes do Escritório de Combate à Corrupção e do Serviço Secreto militar. A equipe terá 60 dias para as investigações.
Dois dos cinco juízes foram mais longe e exigiram a destituição de Sharif, a quem classificaram de "desonesto".
O caso, iniciado pelo líder da oposição Imran Khan, é destaque há vários meses na imprensa do Paquistão, que deve celebrar eleições gerais em 2018, ao final do terceiro mandato de Sharif.
"Todas as explicações que deram ao Tribunal Supremo sobre suas fontes de renda são mentirosas", disse à imprensa Khan, que pediu a renúncia de Sharif até que a investigação seja concluída.