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Primeiro-ministro do Mali renuncia junto com todo o governo após massacre

Violência causada por diversos conflitos internos no Mali deixou cerca de 260.000 refugiados e deslocados no país africano

Soumeylou Boubèye Maïga: primeiro-ministro do Mali renuncia ao cargo após massacre de Ogossagou (Eduardo Munoz/Reuters)

Soumeylou Boubèye Maïga: primeiro-ministro do Mali renuncia ao cargo após massacre de Ogossagou (Eduardo Munoz/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de abril de 2019 às 10h02.

Bamaco - O primeiro-ministro do Mali, Soumeylou Boubèye Maïga, e todo seu governo apresentaram sua renúncia nesta quinta-feira ao presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, que aceitou a solicitação.

Em comunicado oficial, o chefe do governo malinês não informa dos motivos da renúncia.

O presidente do Mali anunciou também em uma nota oficial que nomeará em breve um primeiro-ministro após consultar com todas as forças políticas da maioria e da oposição.

A violência causada por diversos conflitos internos no Mali deixou cerca de 260.000 refugiados e deslocados no país africano, onde 3,2 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária, segundo advertiu no início deste mês o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O incidente mais grave dos últimos anos aconteceu no último dia 23 de março na cidade de Ogossagou, em Mopti, onde uma milícia formada por caçadores donso, de etnia dogon, assassinou 160 habitantes peuls de uma aldeia.

A instabilidade que afeta o Mali começou com o golpe de Estado de 2012, quando grupos tuaregues rebeldes, junto a organizações jihadistas, tomaram o controle do norte do país durante dez meses.

Os jihadistas foram teoricamente expulsos em 2013, graças a uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo do norte e do centro, escapam do controle estatal.

Pelo menos 87.000 civis se viram obrigados a deixar suas casas no norte e no centro do Mali nos primeiros três meses deste ano para fugir da violência que sacode estas regiões do país africano.

O Mali também se transformou em uma área perigosa para os soldados das Nações Unidas, uma vez que 119 "boinas azuis" morreram e outros 397 ficaram feridos em ataques de grupos violentos desde 2013.

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