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Primeiro-ministro do Iêmen renuncia por protestos

Ahmed ben Mubarak decidiu rejeitar o cargo para evitar mais "desacordos" no país, segundo a agência estatal de notícias "SABA"

Mubarak: escolha do premiê pelo chefe de Estado correspondia ao acordo de paz entre Sana e rebeldes (Khaled Abdullah/Reuters)

Mubarak: escolha do premiê pelo chefe de Estado correspondia ao acordo de paz entre Sana e rebeldes (Khaled Abdullah/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 07h25.

Sana - O primeiro-ministro designado do Iêmen, Ahmed ben Mubarak, renunciou nesta quarta-feira ao cargo horas após ser nomeado pelo presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi, pela rejeição dos rebeldes xiitas conhecidos como houthis, que aceitaram desconvocar suas manifestações desta quinta-feira, segundo fontes oficiais.

Mubarak decidiu rejeitar o cargo para evitar mais "desacordos" no país, segundo a agência estatal de notícias "SABA".

O líder do movimento xiita "Ansar Alá", Abdelmalek al Huti, havia convocado manifestações para esta quinta-feira por acusar os Estados Unidos de influírem na nomeação do primeiro-ministro.

A agência acrescentou que um comitê governamental que supervisiona a transição política no Iêmen anunciou que o presidente Hadi aceitou a renúncia de Mubarak e que os houve um acordo para os protestos não serem mais realizados.

Em discurso transmitido na quarta-feira pela televisão Al Masira, do movimento rebelde xiita, Al Huti classificou Mubarak de "candidato das embaixadas", em referência à americana.

Segundo o líder de "Ansar Alá", as forças políticas iemenitas não tinham chegado a nenhum consenso sobre sua figura, que "não cumpre as condições e os termos do acordo de paz de 21 de setembro" entre a presidência e os rebeldes xiitas, conhecidos como houthis.

A escolha de Mubarak pelo chefe de Estado correspondia ao acordo de paz entre Sana e os rebeldes, que estabelece a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e de um Executivo que inclua ministros houthis.

Os houthis, que controlam a província de Saada desde 2010, têm protagonizado protestos populares e confrontos armados com as forças de segurança desde agosto. Inclusive, chegaram a tomar o controle de vários edifícios governamentais de Sana.

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