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Primeiro-ministro do Canadá diz que EUA 'não são mais um parceiro confiável'

Mark Carney reagiu à nova rodada de tarifas alfandegárias de Donald Trump, dessa vez contra automóveis importados

Mark Carney: está claro que os Estados Unidos “não são mais um parceiro confiável” (Leandro Fonseca/Exame)

Mark Carney: está claro que os Estados Unidos “não são mais um parceiro confiável” (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de março de 2025 às 07h45.

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O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, prometeu nesta quinta-feira defender os trabalhadores, as empresas e a economia de seu país em resposta às novas tarifas e ameaças do presidente Donald Trump.

 

Ele afirmou que o Canadá agirá rapidamente para ampliar o comércio com outros países, pois está claro que os Estados Unidos “não são mais um parceiro confiável”.

As declarações de Carney vieram no momento em que o plano de Trump de impor uma tarifa de 25% sobre carros e peças automotivas importados para os EUA abalava a indústria automobilística global.

As consequências para as cadeias de suprimentos complexas e as discussões sobre medidas de retaliação aumentaram a probabilidade de uma guerra comercial em escala mundial.

Os mercados da Ásia, Europa e Estados Unidos oscilaram, com a queda das ações de diversas montadoras e executivos do setor enfrentando a perspectiva de desfazer redes de produção transfronteiriças construídas ao longo de décadas de livre comércio.

Em entrevista coletiva, Carney alternou entre um tom calmo e desafiador, e anunciou que o Canadá apresentará suas próprias tarifas retaliatórias contra os EUA na próxima semana — e que está se preparando para um confronto.

— Nada está fora da mesa enquanto defendemos nossos trabalhadores e nosso país — declarou.

As tarifas, que afetam tanto montadoras americanas quanto estrangeiras, entrarão em vigor no dia 3 de abril e se aplicarão a carros e caminhões, assim como a peças essenciais como motores, transmissões e componentes elétricos importados pelos EUA. Isso inclui veículos de marcas americanas montados fora do país, como no Canadá ou no México.

Trump anunciou as tarifas na quarta-feira e, horas depois, aumentou a aposta com uma postagem nas redes sociais, durante a madrugada de quinta-feira, na qual afirmou que miraria a União Europeia e o Canadá se eles se unissem para “causar prejuízos econômicos” aos EUA.

"Se a União Europeia se aliar ao Canadá com o objetivo de causar danos econômicos aos EUA, tarifas em larga escala, muito maiores do que as atualmente planejadas, serão aplicadas a ambos, para proteger o melhor amigo que cada um desses países já teve!", escreveu Trump.

As ameaças — e a incerteza sobre se Trump levará adiante o plano, já que em outras ocasiões anunciou tarifas e depois as suspendeu — não trouxeram conforto nem aos governos estrangeiros nem à indústria automobilística multibilionária.

Reação em outros países

Quase metade de todos os veículos vendidos nos Estados Unidos são importados, assim como cerca de 60% das peças usadas nos carros montados no país. Isso significa que as tarifas podem ter implicações sérias para países como México, Canadá, Coreia do Sul, Japão e Alemanha, que já vinham sendo afetados pelas tarifas do governo Trump sobre aço, alumínio, automóveis e possivelmente uma gama ainda mais ampla de bens e serviços.

Na Europa, as amplas tarifas sobre automóveis impostas pelo presidente Donald Trump provocaram uma reação contundente hoje por parte de líderes da Alemanha e da França. Eles pediram à União Europeia uma resposta firme contra medidas que, segundo eles, prejudicariam tanto os Estados Unidos quanto a Europa — e o comércio global como um todo.

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