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Primeiro-ministro do Camboja se declara vencedor de "eleições limpas"

Os EUA, a União Europeia e a relatora da ONU questionam a transparência das eleições do último domingo

O primeiro-ministro teve 76,78% dos votos, segundo dados preliminares (Darren Whiteside/Reuters)

O primeiro-ministro teve 76,78% dos votos, segundo dados preliminares (Darren Whiteside/Reuters)

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EFE

Publicado em 31 de julho de 2018 às 15h30.

Phnom Penh - O primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, declarou nesta terça-feira "justas e limpas" as eleições do último domingo, nas quais o Partido do Povo do Camboja (PPC), que ele lidera, obteve ampla maioria de votos, e que a oposição classifica como "a morte da democracia".

O partido do primeiro-ministro obteve 4.875.189 dos 6.946.164 votos, o que representa 76,78% do total, segundo os resultados preliminares da comissão eleitoral, o que lhe daria quase todos as 125 cadeiras do Parlamento.

No cargo desde 1985, Sen estendeu seu mandato por mais cinco anos "graças aos cambojanos foram às urnas sem pressões nem coações".

A comissão eleitoral, que prevê anunciar os resultados oficiais no dia 15 de agosto, elevou de novo o índice de participação a 82,89%.

"O Camboja, um país independente e soberano, continuará realizando eleições a cada cinco anos para que os cidadãos possam ter a oportunidade de votar e decidir livremente o destino do país", apontou Hun Sen em mensagem publicada no Facebook.

Mais de 8,3 milhões de cambojanos foram convocados a votar nestas eleições às quais se apresentaram outras 19 candidaturas, a maioria criada os últimos meses, entre as quais não estava o Partido para o Resgate Nacional do Camboja.

Esta legenda, que em 2013 obteve quase metade dos votos e nas eleições locais de junho de 2017 voltou a ameaçar a hegemonia do PPC nas urnas, foi declarada ilegal em novembro pelo Tribunal Supremo.

A medida deu origem uma ofensiva judicial instigada pelo governo que levou à detenção do líder opositor e a fuga ao exílio de mais de 100 de seus dirigentes, e que se estendeu à sociedade civil e à imprensa independente.

Os Estados Unidos, a União Europeia, a relatora da ONU e várias ONGs questionam a transparência da votação, acusações que o presidente da comissão eleitoral cambojana rejeitou.

Estas foram as sextas eleições no país desde que a ONU organizou a primeira votação democrática, em 1993, dois anos depois dos acordos de paz que puseram fim a mais de duas décadas de guerra civil entre várias facções, entre elas o Khmer Vermelho.

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