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Primeiro-ministro de Portugal anuncia moção de confiança e abre porta para eleições antecipadas

Luís Montenegro defende governo e afirma que, se Parlamento não legitimar sua administração, eleições antecipadas poderão ser necessárias

Primeiro-ministro de Portugal anuncia moção de confiança  (Pier Marco Tacca/Getty Images)

Primeiro-ministro de Portugal anuncia moção de confiança (Pier Marco Tacca/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 5 de março de 2025 às 16h43.

Última atualização em 5 de março de 2025 às 16h48.

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O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, anunciou nesta quarta-feira, 5, que seu governo apresentará uma moção de confiança no Parlamento, em meio à crescente polêmica sobre a Spinumviva, uma empresa familiar fundada por ele antes de assumir o cargo. O político reiterou sua intenção de buscar apoio legislativo para dar continuidade à implementação de seu programa.

"Como não está claro, em decorrência das intervenções dos principais partidos da oposição, que o Parlamento deu todas as condições ao governo para implementar seu programa, avançaremos com a última oportunidade para fazê-lo, que é a aprovação de um voto de confiança", afirmou Montenegro durante seu discurso na unicameral Assembleia da República. O primeiro-ministro destacou que a moção será colocada "na mesa" por ele mesmo e que, caso não obtenha o apoio necessário, "o povo terá que deixar clara sua vontade".

A medida ocorre após o Partido Comunista Português (PCP) apresentar uma moção de censura contra o governo devido às ligações de Montenegro com a empresa Spinumviva, que está sob a posse de sua esposa e filhos. A empresa foi fundada antes de Montenegro assumir a liderança do governo, quando não estava envolvido na política ativa, mas, de acordo com denúncias, recebeu pagamentos de outras empresas nas quais o político esteve envolvido. O PCP argumentou que a moção de censura visa forçar Montenegro a esclarecer todos os aspectos relacionados à empresa familiar.

O líder do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que a moção de censura tem o objetivo de "revogar o governo e sua política", destacando a necessidade de transparência por parte do primeiro-ministro. Em resposta, Montenegro declarou que a suspensão temporária da estabilidade política no país seria preferível a uma paralisia prolongada. "Dois meses de suspensão da estabilidade política são melhores do que um ano e meio de degradação e paralisia", enfatizou.

O líder do Chega, André Ventura, também criticou Montenegro, afirmando que o primeiro-ministro deveria ter sido mais transparente. Ventura disse que seu partido, o terceiro maior no Parlamento português, rejeitará a moção de confiança. "Nestas circunstâncias, esta bancada nunca lhe dará um voto de confiança", afirmou Ventura, destacando a falta de clareza sobre a situação da empresa familiar.

A moção de censura apresentada nesta quarta-feira é a segunda contra o governo de Montenegro em menos de um mês, após o Chega ter promovido uma moção similar em fevereiro, também relacionada à Spinumviva. A crise política em Portugal continua a se aprofundar, e a pressão sobre o governo aumenta à medida que a oposição busca mais transparência

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