Modi é conhecido na Índia como um homem com sensibilidade para os negócios e apelos populistas — um traço em comum com o americano (Mikhail Metzel/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2017 às 06h03.
Última atualização em 26 de junho de 2017 às 07h55.
A série de visitas internacionais do presidente dos Estados Unidos Donald Trump continua nesta segunda-feira com a chegada do primeiro ministro indiano Narendra Modi.
Segundo informações da Casa Branca, os dois irão participar de um encontro de dois dias que deve traçar as prioridades em comum para os dois países, como o combate ao terrorismo, promoção do crescimento econômico e expansão de cooperações para aumentar a segurança na região indo-pacífica.
Modi é conhecido na Índia como um homem com sensibilidade para os negócios e apelos populistas — um traço em comum com o americano.
Além disso, como enfatizou um oficial da Casa Branca, os dois são os líderes mais seguidos do mundo nas redes sociais, com mais de 30 milhões de seguidores.
“Isso mostra o tipo de líderes que são: ambos são executivos de negócios e inovadores. Eles terão muito em comum a discutir”, disse um oficial da Casa Branca com conhecimento do encontro ao jornal The Washington Post.
Trata-se do primeiro encontro dos dois líderes, que previamente só haviam se falado por telefone. Por isso, ambas as administrações estão jogando expectativas para baixo durante a reunião, esperando que o encontro seja somente uma aproximação.
Os indianos têm grandes interesses no encontro: os Estados Unidos são o segundo maior fornecedor de armas da Índia e recentemente um negócio para a compra de 22 drones foi fechado no valor de 2 bilhões de dólares. Os aparelhos serão usados para patrulhar a costa indiana.
A preocupação da Índia com segurança é crescente na medida em que os conflitos entre hindus e muçulmanos têm atingido o radicalismo no país, até com o linchamento de pessoas que comem carne vermelha — as vacas são sagradas para os hindus. Mas um dos principais pontos do debate deve ser a questão da política internacional.
Modi precisa tecer laços mais próximos com Trump, principalmente depois que o presidente chinês Xi Jinping se aproximou de Trump quando visitou seu resort em Mar-a-Lago.
Ao mesmo tempo, Modi precisa manter uma postura dura contra as alegações de Trump de que a Índia teria ganho “bilhões e bilhões de dólares” para participar do acordo de Paris — a acusação foi feita quando Trump tirou os norte-americanos do acordo. Com duas personalidades fortes e interesses explícitos na mesa, essa visita pode ser explosiva.