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Primeiro-ministro britânico felicita Milei, mas não prevê revisão sobre decisão das Malvinas

Rishi Sunak fez um discurso nesta segunda-feira, em que parabeniza o novo presidente argentino

Sunak: Em um discurso à imprensa, Sunak ressaltou que, como membros do G20 e com uma parceria comercial próspera, o governo britânico espera desenvolver uma relação forte e produtiva com a Argentina (Chris J. Ratcliffe/Getty Images)

Sunak: Em um discurso à imprensa, Sunak ressaltou que, como membros do G20 e com uma parceria comercial próspera, o governo britânico espera desenvolver uma relação forte e produtiva com a Argentina (Chris J. Ratcliffe/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de novembro de 2023 às 07h52.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, parabenizou Javier Milei pela vitória nas eleições argentinas, nesta segunda-feira. Apesar das felicitações, o político lembrou que a disputa entre Argentina e Inglaterra pela soberania das Ilhas Malvinas “é uma questão resolvida”.

O economista de extrema-direita venceu as eleições presidenciais da Argentina no domingo. Considerado libertário, Milei derrotou o atual do ministro da Economia, o peronista de centro Sergio Massa. Na política externa, as propostas do “anarco capitalista” e “libertário” incluem a intenção de modular a relação com os principais parceiros comerciais da Argentina e retomar o controle das ilhas Falkland, conhecidas na Argentina como Malvinas.

Em um discurso à imprensa, Sunak ressaltou que, como membros do G20 e com uma parceria comercial próspera, o governo britânico espera desenvolver uma relação forte e produtiva com a Argentina. Porém, em relação ao arquipélago, o primeiro-ministro foi contundente.

— Não vi os comentários mais recentes sobre isso. Acho que [Milei] levantou vários pontos diferentes sobre isso durante a campanha. Da nossa parte, é obviamente uma questão que está resolvida há algum tempo. Não há planos para rever isso. A posição das Ilhas Malvinas está resolvida há algum tempo e não vai mudar — afirma.

Durante a campanha, Milei disse ao jornal La Nación que os argentinos perderam a guerra, e a população precisa fazer “todos os esforços para recuperar as ilhas pelos canais diplomáticos”. O então candidato, no entanto, não poupou elogios à primeira-ministra britânica à frente do conflito em 1982, Margareth Tatcher, e chegou a dizer que ela era a sua “ídola”.

— Óbvio que eu vou defender as Malvinas — concluiu Milei.

Briga das Malvinas

A briga pelo arquipélago de quase 4 mil habitantes próximo da costa argentina não é de agora: registradas por um britânico em 1690, e colonizadas por franceses em 1764, as ilhas já foram disputadas dez vezes. A Argentina tentou estabelecer o comando das Malvinas duas vezes e, em 1982, o conflito do país contra o Reino Unido ficou conhecido como a Guerra das Malvinas.

Buenos Aires chegou a ter posse do arquipélago por dois meses, mas, em julho de 1982, Londres recuperou o controle que tinha desde 1833. A Guerra das Malvinas resultou na morte de 649 militares argentinos e 255 britânicos, além de 3 civis residentes nas ilhas. Até hoje, a Argentina não digeriu a derrota para o país europeu.

Na época do conflito, Milei tinha 11 anos e lembra de assistir pela televisão ao general e presidente Leopoldo Galtieri anunciar o desembarque de tropas argentinas nas ilhas Falklands. O presidente eleito afirma ter dito ao pai na época que a decisão do governo militar lhe parecia um “delírio” pela desigualdade de forças entre os exércitos.

O argentino flerta com a possibilidade de uma negociação que remonta ao processo de paz em curso por 16 anos antes da guerra. O tratado foi baseado na ONU e colocou em pauta temas como a autonomia para os moradores das Malvinas e uma cessão de longo prazo do território para Buenos Aires. Mas, com o posicionamento de Sunak, o sucesso de Milei no tema parece improvável

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