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Primeiro caso grave de gripe aviária em humanos nos EUA acende alerta

Paciente na Louisiana está em estado crítico; autoridades monitoram situação

 Equipes médicas tratam paciente com H5N1 nos EUA; primeiro caso grave registrado no país (Michael Dalder/Reuters)

Equipes médicas tratam paciente com H5N1 nos EUA; primeiro caso grave registrado no país (Michael Dalder/Reuters)

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Agência de notícias

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 07h56.

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O primeiro caso grave de infecção pelo vírus H5N1 em um paciente nos Estados Unidos, anunciado nesta quarta-feira, 18, aumenta o temor de uma possível pandemia de gripe aviária.

"O paciente sofre uma enfermidade respiratória grave relacionada com a infecção por H5N1 e está atualmente hospitalizado em estado crítico", informou o Departamento de Saúde do estado da Louisiana. A pasta acrescentou que o paciente, maior de 65 anos, tem problemas médicos subjacentes.

Com o novo caso, sobe para 61 o número total de infecções nos Estados Unidos durante o surto de 2024. No entanto, os outros pacientes apresentaram sintomas leves e se recuperaram em casa.

No mês passado, um adolescente do Canadá também foi hospitalizado após contrair a gripe aviária. Segundo os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), o paciente da Louisiana esteve exposto a aves doentes e mortas em um criadouro.

"Nos mais de 20 anos de experiência mundial com este vírus, a infecção por H5 foi associada a enfermidades graves, com taxas de mortalidade de até 50% em alguns países", afirmou Demetre Daskalakis, diretor dos CDC.

Estado de emergência na Califórnia

A Califórnia, estado mais populoso dos EUA, declarou estado de emergência. Segundo o governador Gavin Newsom, "a proclamação garante que as agências governamentais tenham os recursos e a flexibilidade necessários para responder rapidamente a este surto".

O sequenciamento genético identificou que o vírus H5N1 no paciente pertence ao genótipo D1.1, recentemente detectado em aves silvestres e de criação nos Estados Unidos e no Canadá. Esse genótipo difere do B3.13, encontrado em vacas leiteiras, que provocou surtos leves, com sintomas como conjuntivite.

Embora alguns casos humanos nos EUA não estejam ligados a contato com animais, as autoridades ainda consideram cedo para sugerir transmissão de pessoa para pessoa. Segundo os especialistas, o risco para a população geral continua baixo.

Rebecca Christofferson, pesquisadora da Universidade Estadual da Louisiana, destacou que a falta de vigilância pode dificultar a identificação de transmissões assintomáticas ou não detectadas entre humanos. "Ainda não entro em pânico", afirmou, enfatizando a necessidade de maior monitoramento.

Por outro lado, a epidemiologista Meg Schaeffer, do Instituto SAS, alertou que "a gripe aviária está batendo à nossa porta, e uma nova pandemia poderia começar a qualquer dia".

Avanços em vacinas

Os Estados Unidos já armazenaram vacinas contra a gripe aviária. Nesta quarta-feira, um estudo revelou resultados promissores de uma vacina experimental de RNA mensageiro, que protegeu com sucesso furões do vírus H5N1.

O atual surto de gripe aviária altamente patógena (H5N1) foi detectado pela primeira vez em março, em vacas leiteiras. Desde então, a crescente diversidade de infecções em mamíferos levanta preocupações sobre a adaptabilidade do vírus e sua transmissão entre espécies.

As autoridades também investigam o possível papel do leite cru como vetor de transmissão. O Departamento de Agricultura dos EUA determinou que amostras de leite cru sejam compartilhadas e os resultados informados caso testem positivo para gripe aviária.

Com informações de agências internacionais.

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