A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2012 às 11h33.
Bangcoc - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, e outros três membros do governo enfrentam a partir deste domingo a uma moção de censura no Parlamento, em meio ao aumento das as críticas dos grupos de extrema-direita.
Os deputados da oposição abriram o debate no Parlamento, que fica perto do lugar onde ontem ficaram feridas 82 pessoas em choques entre a Polícia e os manifestantes do grupo ultraconservador Pitak Siyam.
'A primeira-ministra não governou este país como prometeu. Permitiu a corrupção', disse no plenário Jurin Laksanavisit, deputado do opositor Partido Democrata, que também a acusa de ser uma marionete de seu irmão, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra.
Após dois dias de debates, os parlamentares votarão na próxima terça-feira se Yingluck e seus três ministros devem ser depostos por ter violado a Constituição, cometido nepotismo e outras irregularidades em seus quase 16 meses de mandato.
Os outros três membros do gabinete questionados são o vice-primeiro-ministro, Charlerm Yoobamrung; o titular da Defesa, Sukampol Suwannathat, e o vice-ministro do Interior, Chatt Kuldilok.
No entanto, a moção tem pouca chance de ser aprovada, já que o partido Puea Thai e seus aliados na coalizão governante contam com a maioria das cadeiras na câmara baixa.
Yingluck venceu as eleições em julho de 2011 à sombra de seu irmão mais velho, atualmente no exílio, embora tenha conseguido o período mais longo de paz social no país, imerso em violentas manifestações desde o golpe de Estado de 2006.
No entanto, enfrenta a crescente oposição dos grupos conservadores próximos à elite tradicional, a hierarquia militar e a monarquia.
No sábado, cerca de 20 mil seguidores do Pitak Siyam se manifestaram na Praça Real, perto da sede do Parlamento, e protagonizaram enfrentamentos ao tentar atravessar em duas ocasiões o cordão policial.
Os agentes responderam com gás lacrimogêneo e prenderam 138 manifestantes, com quem confiscaram facas, atiradeiras e munição de revólver, segundo a polícia, mas 137 deles já foram soltos.
Ao menos 82 pessoas ficaram feridas, das quais 52 eram civis, 29 policiais e um, soldado. Ao anoitecer, o líder do Pitak Siyam, Boonlert Kaewprasit, anunciou o fim do protesto sob o temor de uma escalada da violência que causasse danos maiores.