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Primeira-ministra da Escócia fala em independência em novo referendo

Sturgeon e seu partido acreditam que a Escócia deixe o Reino Unido após a saída de União Europeia, prevista para o dia 29 de março

Escócia: 55% dos escoceses preferiram continuar no Reino Unido no referendo de 2014 (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

Escócia: 55% dos escoceses preferiram continuar no Reino Unido no referendo de 2014 (Clodagh Kilcoyne/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 12h08.

Edimburgo — A ministra principal da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou que espera que a maioria dos cidadãos apoie a independência do país do Reino Unido em um novo referendo que pode acontecer nos próximos anos.

A imprensa local repercutiu nesta segunda-feira uma entrevista transmitida ontem à noite pela "CNN", na qual Sturgeon se mostrou otimista sobre a Escócia escolher pela independência em uma nova consulta, depois que na realizada em 2014 55% dos cidadãos votaram contra a proposta.

"Me encantaria pensar que sim e acredito que será. Não vou colocar uma escala de tempo particular neste momento, mas em um futuro não muito distante acredito que a Escócia será um país independente que deseja se unir à União Europeia (UE) e buscar uma cadeira nas Nações Unidas", afirmou.

A também líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) disse que acredita que mais escoceses respaldarão a independência, uma vez aconteça a materialização do "brexit" (a saída do Reino Unido da UE), prevista para 29 de março.

"Acredito que haverá outro referendo de independência. E quando isso ocorrer, acho que desta vez a Escócia votará para ser independente. Será uma forma de proteger nosso lugar na Europa e assegurar que as decisões que influenciam na direção do nosso país peguem na Escócia, não em Londres", declarou.

Sturgeon ressaltou que o fato de que a Escócia vai ficar fora do clube comunitário contra sua vontade, já que, precisou, 62% do eleitorado rejeitou o "brexit" em 2016, acontece porque a região não tem poderes para tomar suas próprias decisões.

"Esse déficit democrático, ao qual a Escócia enfrenta como parte do Reino Unido, indubitavelmente faz com que muitas pessoas queiram voltar a reabrir o debate sobre a Escócia se transformar em um país independente", apontou.

Perguntada sobre os tempos que possui para colocar sobre a mesa uma nova reunião com as urnas, Sturgeon afirmou que o momento "ainda não foi determinado", já que existe "muita preocupação sobre o processo do 'brexit'".

"Como ministra principal, disse que exporei a minha opinião sobre o calendário de outro referendo de independência nas próximas semanas, uma vez que vejamos como se desenvolve o processo do brexit", reiterou.

Sturgeon concedeu a entrevista durante sua visita oficial aos Estados Unidos, que teve como objetivo fazer visível que a Escócia "segue aberta aos negócios", já que, apesar dos desacordos com o presidente americano, Donald Trump, ambos os territórios "têm uma relação muito sólida e duradoura" independentemente de quem os governe.

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