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Primeira-ministra britânica admite erro no anúncio de medidas mas defende corte de imposto

Anúncio de redução de impostos provocou pânico no mercado e forte desvalorização da libra

Liz Trauss, primeira ministra britânica (AFP/AFP)

Liz Trauss, primeira ministra britânica (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 2 de outubro de 2022 às 12h46.

Última atualização em 2 de outubro de 2022 às 13h06.

A primeira-ministra britânica, a conservadora Liz Truss, admitiu neste domingo que deveria ter preparado melhor o país antes de anunciar a decisão, na semana passada, de reduzir consideravelmente os impostos, o que provocou uma onda de pânico nos mercados e a desvalorização da libra.

Menos de um mês depois de assumir o poder, Truss insistiu, no entanto, que o plano anunciado permitirá o retorno do crescimento econômico do Reino Unido, que enfrenta uma taxa de inflação sem precedentes e a ameaça de uma recessão.

"Eu mantenho o apoio ao pacote que anunciamos... mas eu reconheço que deveríamos ter preparado o terreno de melhor maneira, afirmou a primeira-ministra à BBC, enquanto o Partido Conservador celebra sua conferência anual em Birmingham.

"Nós temos um plano claro para avançar tanto para enfrentar a crise de energia quanto para lidar com a inflação, mas também para fazer a economia crescer e nos posicionarmos no bom caminho a longo prazo", acrescentou.

Não apenas a oposição, mas também a opinião pública e inclusive deputados conservadores - em particular os que apoiaram o derrotado Rishi Sunak na disputa com Truss pela liderança do partido - expressaram espanto com as propostas de reduzir impostos, formuladas pelo ministro da Finanças, Kwasi Kwarteng, ao apresentar o "mini-orçamento".

Os operadores de mercados, temerosos de que as medidas provocassem o aumento expressivo da dívida do país, reagiram e provocaram a desvalorização da libra a seu menor nível histórico, assim como a disparada da taxa de juros dos títulos britânicos.

"Vamos reduzir a dívida a um certo percentual do PIB a médio prazo, e tenho um plano para isso. Mas não agir teria sido um erro", acrescentou Truss, sem explicar como procederá seu governo.

Após apenas três semanas em Downing Street, Liz Truss é impopular entre os britânicos: 51% deles consideram que deveria renunciar, de acordo com uma pesquisa do instituto YouGov. E ela está muito longe de conquistar a unanimidade dentro do Partido Conservador, onde sua política orçamentária provoca muitas críticas.

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