Mundo

Primeira-dama da França agradece brasileiros por hashtag #DesculpaBrigitte

Campanha em apoio a Brigitte Macron começou depois que Bolsonaro comentou em uma foto que comparava sua esposa, Michelle Bolsonaro, e a francesa

Brigitte Macron: primeira dama francesa agradeceu brasileiros em português (Denis Charlet/AFP)

Brigitte Macron: primeira dama francesa agradeceu brasileiros em português (Denis Charlet/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de agosto de 2019 às 20h26.

A primeira-dama da França, Brigitte Macron, agradeceu internautas brasileiros por uma campanha em seu apoio na internet. Em português, ela disse "muito obrigada" pelas mensagens com a hashtag #DesculpaBrigitte.

As mensagens passaram a ser enviadas após o presidente Jair Bolsonaro usar seu perfil na rede social Facebook para publicar uma mensagem com risadas após um comentário ofensivo sobre a esposa do presidente francês, feito por um de seus seguidores.

"Duas palavras para os brasileiros e brasileiras, em português, espero que me entendam: 'muito obrigada'", disse Brigitte. "Muito, muito obrigada a todos que me apoiaram."

A campanha #DesculpaBrigitte teve início após um dos seguidores da página do presidente postar uma montagem com duas fotos, uma com Macron e Brigitte, e outra de Bolsonaro com sua esposa, Michelle. O comentário foi feito em um post do presidente sobre a Amazônia. "Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?", escreveu o seguidor.

A página do presidente da República respondeu com a mensagem: "não humilha cara. kkkk". Posteriormente, a resposta foi apagada.

O comentário fez com que brasileiros simpáticos a Brigitte postassem mensagem com desculpas à primeira-dama nas redes sociais. "Espero que me ouçam, fiquei muito emocionada", disse Brigitte, segundo a imprensa francesa.

Após o episódio, no fim de semana, Bolsonaro negou que tenha ofendido a primeira-dama. O presidente justificou que seu comentário foi um pedido para o responsável não "falar besteira". Questionado se pediria desculpas, ele se irritou e não respondeu: "Se continuar pergunta desse padrão vai acabar a entrevista".

O caso também gerou uma resposta do presidente da França, Emmanuel Macron, que classificou o comentário como "extremamente desrespeitoso" e disse que espera que os brasileiros tenham um presidente que "se comporte à altura" do cargo.

Bolsonaro e Macron trocaram farpas desde que a crise de queimadas na floresta amazônica ganhou as manchetes no mundo inteiro. Durante a reunião do G-7 (grupo de países ricos, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), Macron disse que a Amazônia é um "bem comum" e fez um apelo para que a preservação da floresta esteja no topo da agenda do grupo.

O grupo chegou a fechar um acordo para oferecer R$ 83 milhões destinados ao combate contra os incêndios, mas o governo brasileiro negou a ajuda. Posteriormente, Bolsonaro disse que aceitaria o dinheiro se houvesse um pedido de desculpas de Macron.

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronFrançaJair Bolsonaro

Mais de Mundo

Prefeita de Los Angeles demite chefe dos bombeiros por gestão de incêndios

Juiz adia julgamento de prefeito de Nova York por corrupção, mas rejeita arquivar o caso

Homem é gravemente ferido após ser atacado no memorial do Holocausto em Berlim

Procuradoria rejeita denúncia de Evo Morales sobre suposto 'atentado' na Bolívia