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1ª central nuclear flutuante do mundo, feita pela Rússia, chega no Ártico

Destinada a alimentar o desenvolvimento da produção de hidrocarbonetos em zonas excessivamente isoladas, a central zarpou do grande norte da Rússia

Akademik Lomonosov: central chegou ao Ártico após viagem de 5 mil quilômetros (Maxim Shemetov/Reuters)

Akademik Lomonosov: central chegou ao Ártico após viagem de 5 mil quilômetros (Maxim Shemetov/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de setembro de 2019 às 13h53.

Desenvolvida pela Rússia, a primeira central nuclear flutuante do mundo chegou neste sábado (14) a seu porto de estacionamento permanente em Pevek, após uma viagem de 5.000 quilômetros pelo Ártico - informou a agência nuclear russa Rosatom.

"A central nuclear flutuante Akademik Lomonosov chegou (...) a Pevek, no Distrito Autônomo de Chukotka", onde será conectada à rede elétrica local e estará operacional no final do ano, acrescentou a Rosatom em um comunicado.

Destinada a alimentar o desenvolvimento da produção de hidrocarbonetos em zonas excessivamente isoladas, a central flutuante zarpou de Murmansk, porto do grande norte da Rússia. Lá foi carregada com combustível nuclear, em 23 de agosto, em direção a Pevek.

Com dois reatores com capacidade de 35 MW cada, a Akademik Lomonosov foi rebocada por vários navios. Esta central deve cobrir o consumo de 100 mil pessoas e servir, principalmente, para alimentar as plataformas petrolíferas da região, enquanto a Rússia desenvolve a exploração de hidrocarbonetos no Ártico.

"Pode ser um pequeno passo para o desenvolvimento sustentável no Ártico, mas é um passo gigantesco para a descarbonização de zonas remotas fora da rede e um ponto de inflexão no desenvolvimento de pequenas centrais nucleares moduláveis do mundo", declarou o diretor da Rosatom, Alexei Likhatchev, citado no comunicado.

Organizações ambientais, em particular a Greenpeace Rússia, denunciam este projeto há anos, temendo "graves consequências" para esta região muito frágil em caso de tempestade, ou acidente.

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