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Pressionada, May se aproxima de acordo com partido norte-irlandês

Na tentativa de evitar uma segunda eleição, a premiê conversou com o Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte nesta terça

Theresa May: ela se reuniu com a líder do DUP, Arlene Foster, durante mais de uma hora em Downing Street (Phil Noble/Reuters)

Theresa May: ela se reuniu com a líder do DUP, Arlene Foster, durante mais de uma hora em Downing Street (Phil Noble/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2017 às 14h16.

Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, chegou perto de fechar um acordo com um partido protestante da Irlanda do Norte nesta terça-feira para salvar seu posto, já que está sendo intensamente pressionada para aliviar sua abordagem para a desfiliação britânica da União Europeia, o chamado Brexit, dias antes do início das conversas formais de separação.

A aposta eleitoral fracassada de May, que lhe custou sua maioria parlamentar, a enfraqueceu tanto que os apoiadores de laços mais estreitos com a UE exigiram publicamente que ela adote uma postura mais consensual e pró-empresariado no Brexit.

Na tentativa de evitar uma segunda eleição que poderia aprofundar o pior tumulto político do país desde o referendo chocante de junho passado que decidiu pelo rompimento com a UE, May conversou com o Partido Democrático Unionista da Irlanda do Norte (DUP, na sigla em inglês) nesta terça-feira.

Ela se reuniu com a líder do DUP, Arlene Foster, cuja sigla eurocética tem 10 cadeiras no Parlamento, durante mais de uma hora em Downing Street, embora mais tarde as duas tenham deixado o local por saídas diferentes.

"As discussões com o governo estão indo bem", disse Foster no Twitter. "Esperamos poder levar este trabalho a uma conclusão bem-sucedida em breve."

Um porta-voz de Downing Street não quis comentar.

Mas um acordo com o DUP cria o risco de desestabilizar o equilíbrio político na Irlanda do Norte por aumentar a influência dos unionistas pró-britânicos, que vêm lutando há anos com nacionalistas irlandeses católicos que querem que a Irlanda do Norte se junte a uma Irlanda unida.

O ex-premiê britânico John Major disse temer que um pacto com o DUP ressuscite a violência na província quase duas décadas depois de um acordo de paz mediado pelos Estados Unidos pacificar a Irlanda do Norte.

"A última coisa que qualquer um deseja é uma ou outra das comunidades tão ofendida que os homens duros que ainda estão ali à espreita nos extremos das comunidades decidam que desejam retornar a alguma forma de violência", disse Major à rádio BBC.

Embora o DUP seja profundamente eurocético, o partido recuou diante de algumas implicações práticas de um 'Brexit duro' - incluindo a perda em potencial de uma "fronteira sem fricções" com a República da Irlanda-, e as conversas irão abordar os esforços para minimizar o possível dano à Irlanda do Norte.

Durante a campanha da eleição antecipada, May se apresentou como a única líder competente o suficiente para conduzir as negociações tortuosas do Brexit, que irão moldar o futuro do Reino Unido e de sua economia de 2,5 trilhões de dólares.

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