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Pressão islâmica provoca retirada de estátua em Bangladesh

A presença da estátua, que representa uma deusa grega, provocou grande polêmica no país de maioria muçulmana

Estátua: ela estava instalada há menos de seis meses diante da Corte Suprema de Dacca (foto/AFP)

Estátua: ela estava instalada há menos de seis meses diante da Corte Suprema de Dacca (foto/AFP)

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AFP

Publicado em 26 de maio de 2017 às 09h50.

Autoridades de Bangladesh removeram nesta sexta-feira uma polêmica estátua que representava a Justiça, após críticas de religiosos fundamentalistas que não aceitavam o símbolo por representar uma deusa grega "não islâmica".

A retirada da estátua, instalada há menos de seis meses diante da Corte Suprema de Dacca, foi supervisionada por seu escultor, Mrinal Haque.

"É um golpe para todos os progressistas do país", declarou o artista diante de dezenas de militantes laicos que protestaram contra a remoção.

A presença da estátua diante do principal tribunal de Bangladesh provocou grande polêmica no país de maioria muçulmana. Os islamitas organizaram protestos contra o que consideravam uma deusa grega indigna de Bangladesh.

A estátua representava uma mulher com os olhos vendados com uma balança. Os opositores exigem a substituição por um Alcorão, apesar de Bangladesh ter uma Constituição laica.

A primeira-ministra Sheikh Hasina, que lidera o partido secular Awami League, deu a entender que apoiava os islamitas qiando criticou recentemente a obra, que chamou de "ridícula".

"Não me agrada. Dizem que é uma estátua grega. Mas como uma estátua grega chegou aqui?", questionou.

De acordo com os analistas, Hasina tentou assim conquistar os islamitas e o eleitorado rural conservador antes das eleições previstas para o fim do ano.

A postura, no entanto, provocou indignação entre os laicos do país.

Bangladesh avança há algumas décadas para um islã mais rigoroso, sob a influência de um wahabismo cada vez mais presente no país, longe da versão moderada do islã que havia prevalecido durante gerações.

Nos últimos anos foram registrados assassinatos de blogueiros ateus, estrangeiros e integrantes de minorias religiosas.

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