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Pressão diplomática aumenta para cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza

Representantes do grupo islamista palestino e dos Estados Unidos devem se reunir com autoridades do Catar e do Egito no terceiro dia de negociações

Até o momento, Israel não participou na nova rodada de diálogos, apesar da crescente pressão diplomática para o anúncio de um cessar-fogo antes do Ramadã (AFP/AFP Photo)

Até o momento, Israel não participou na nova rodada de diálogos, apesar da crescente pressão diplomática para o anúncio de um cessar-fogo antes do Ramadã (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de março de 2024 às 12h23.

Última atualização em 5 de março de 2024 às 12h24.

Mediadores internacionais e representantes do Hamas estão no Cairo nesta terça-feira para tentar negociar uma trégua em Gaza antes do início do período sagrado muçulmano do Ramadã.

Representantes do grupo islamista palestino e dos Estados Unidos devem se reunir com autoridades do Catar e do Egito no terceiro dia de negociações para alcançar uma trégua de seis semanas, que incluiria a troca de dezenas de reféns por prisioneiros e a entrada de mais ajuda em Gaza.

Até o momento, Israel não participou na nova rodada de diálogos, apesar da crescente pressão diplomática para o anúncio de um cessar-fogo antes do Ramadã, que começa na próxima semana.

Segundo a imprensa israelense, os mediadores do país boicotaram as conversações porque o Hamas se negou a apresentar uma lista dos reféns vivos.

Em uma entrevista à AFP, Bassem Naim, dirigente do Hamas, acusou Israel de bloquear as negociações e disse que "a bola está no campo dos Estados Unidos", principal aliado do governo israelense.

Israel calcula que 130 dos 250 reféns sequestrados por milicianos do Hamas em 7 de outubro continuam em cativeiro em Gaza, mas que 31 morreram.

Com a deterioração das condições humanitárias e a ameaça de fome em Gaza, a pressão sobre Israel para que o país aceite um cessar-fogo não para de crescer, inclusive por parte de Washington.

A vice-presidenta dos Estados Unidos, Kamala Harris, expressou "profunda preocupação" com a crise humanitária em Gaza durante uma reunião na segunda-feira com Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que observou cenas espantosas de crianças morrendo de fome e de uma grave escassez de alimentos, remédios e combustível para geradores em uma missão de ajuda a dois hospitais do norte de Gaza.

"A falta de alimentos provocou a morte de 10 crianças", afirmou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, após a missão do fim de semana.

Em Hamad, perto de Khan Yunis (sul de Gaza), as autoridades locais relataram dezenas de ataques aéreos israelenses perto do Hospital Europeu.

O Exército israelense informou que executa ataques seletivos e que prendeu, na segunda-feira, dezenas de combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica que estavam escondidos entre a população civil.

A aviação israelense atingiu 50 alvos do Hamas em toda Faixa de Gaza na segunda-feria, segundo o Exército.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que 97 pessoas morreram nas últimas 24 horas, a maioria mulheres e crianças.

Moradores afirmaram que encontraram corpos em decomposição nas ruas, diante de suas casas e estabelecimentos comerciais destruídos.

"Queremos comer e viver. Olhem as nossas casas. Do que eu sou culpado, uma pessoa sozinha, desarmada e sem renda neste país empobrecido?", lamentou Nader Abu Shanab.

Sacrificar "toda uma geração"

Criança brinca em campo de palestinos deslocados em Deir al Balah, centro de Gaza

No ataque contra Israel em 7 de outubro, que provocou a guerra, os milicianos do Hamas assassinaram 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva que deixou 30.631 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas.

A crise humanitária em Gaza, onde 2,2 milhões de pessoas podem enfrentar um cenário de fome, foi agravada pelas tensões entre a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) e Israel, que deseja o desmantelamento do organismo.

Israel acusa a agência de empregar "mais de 450 terroristas" do Hamas e outras organizações de Gaza. Também afirma que 12 funcionários da UNRWA participaram do ataque de 7 de outubro.

O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, declarou na segunda-feira à Assembleia Geral da ONU que desmantelar a agência sacrificaria "toda uma geração de crianças" em Gaza.

Ataques no Líbano

A guerra tem consequências em outras regiões do Oriente Médio, com confrontos quase diários entre as forças israelenses e o movimento libanês Hezbollah.

"Uma solução diplomática é a única forma de acabar com as hostilidades", declarou na segunda-feira em Beirute o enviado do governo americano, Amos Hochstein.

Na segunda-feira, um trabalhador estrangeiro morreu e sete ficaram feridos no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, em um ataque com mísseis.

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