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Presos fazem cortes nas mãos em protesto na Rússia

Os detentos exigem a renúncia do diretor da penitenciária russa de Lgov, que tem fama de aplicar tratamento cruel aos presos

Segundo porta-voz das mães dos internos, pelo menos quatro pessoas foram hospitalizadas em estado grave após perderem muito sangue (Giuseppe Cacace/AFP)

Segundo porta-voz das mães dos internos, pelo menos quatro pessoas foram hospitalizadas em estado grave após perderem muito sangue (Giuseppe Cacace/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2012 às 11h00.

Moscou - Um grupo de presos de número ainda não definido (centenas, segundo algumas fontes) fez cortes nas próprias mãos nesta quarta-feira na penitenciária russa de Lgov como forma de exigir a renúncia do diretor da Instituição, Yuri Bushin, segundo informações de autoridades do país.

Enquanto a Instituição Penitenciária (IP) informou que dezenas de presos participam do protesto, parentes dos internos e diversas organizações de defesa dos direitos humanos apontaram que a manifestação teve entre 700 e 1.300 pessoas.

A porta-voz do comitê de mães dos internos de Lgov, Valentina Koroteyeva, denunciou também que pelo menos quatro pessoas foram hospitalizadas em estado grave após perderem muito sangue. 'Eles penduraram lençois ensanguentados e gritam para que não os abandonemos. É um cenário horrível. Cerca de 150 familiares estão na entrada da prisão', disse Koroteyeva.

No entanto, a direção do presídio assegurou que nenhum dos internos precisou ser hospitalizado e informou que a instituição funciona normalmente após o incidente. De acordo com uma nota oficial da IP, o protesto começou na terça-feira passada, quando os presos foram transferidos para instalações totalmente reformadas e exigiram objetos proibidos, como telefones celulares, tabaco e seringas.

Ainda segundo a IP, por não conseguirem os objetos, alguns dos presos que estavam no módulo de castigo fizeram cortes nas mãos.

Bushin voltou a assumir em março a direção de Lgov, sete anos após ter deixado o cargo por causa de um motim de 2005, quando mais de 500 presos declararam greve de fome e outros 300 se cortaram para denunciar a administração da penitenciária.

O funcionário tem fama de aplicar um tratamento cruel aos presos, segundo a ONG russa 'Não ao Gulag'. De acordo com a organização, antes do motim de 2005, Bushin permitia a entrada de soldados das forças especiais russas no centro para melhorar suas habilidades de combate com os presos. 

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