Mundo

Presos de Guantánamo chegam aos 100 dias de greve de fome

Os presos acusam os funcionários do presídio americano de abusos e maus-tratos, o que teria motivado a greve de fome


	Corredor de celas da prisão de Guantánamo, em Cuba: o protesto começou em fevereiro, quando um grupo pequeno decidiu iniciar a greve de fome.
 (Bob Strong/Files/Reuters)

Corredor de celas da prisão de Guantánamo, em Cuba: o protesto começou em fevereiro, quando um grupo pequeno decidiu iniciar a greve de fome. (Bob Strong/Files/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Bogotá - Quase 130 dos 166 detentos (78,3%) da Prisão de Guantánamo, na Base Naval dos Estados Unidos em Cuba, chegaram hoje (17) aos 100 dias sem ingerir alimentos. Os presos acusam os funcionários do presídio americano de abusos e maus-tratos, o que teria motivado a greve de fome.

Embora os advogados de defesa sustentem que seja esse o número de detentos, as autoridades da prisão contestam, dizendo que o total de presos sem comer seria 100, o que ainda representa a maioria.

Segundo os defensores dos presos, pelo menos 30 vêm sendo alimentados à força há algumas semanas e cinco estariam hospitalizados dentro da Base Naval. Os presos denunciam que são alimentados sob tortura, em “procedimento doloroso”, e que também recebem castigos por se negar a comer.

O Exército americano reconheceu que cerca de 30 grevistas recebem comida à força, mas segundo as denúncias dos advogados, para receber a “alimentação forçada” os presos são acorrentados em cadeiras e recebem a comida por um tubo largo que é introduzido em suas fossas nasais e que chega ao estômago com nutrientes líquidos.

“Nunca me esquecerei da primeira vez em que passaram o tudo de alimentação pelo meu nariz. Não posso descrever o quão doloroso é ser alimentado à força desta maneira”, relatou um preso a seu advogado.


O protesto começou em fevereiro, quando um grupo pequeno decidiu iniciar a greve de fome. Além dos maus-tratos, os detentos reclamam que os responsáveis pela segurança profanam o Alcorão – livro sagrado dos mulçumanos - e se apropriam de objetos pessoais dos presos.

Os advogados têm relatado que outra reclamação dos detentos é a indefinição sobre os tempos de pena que cumprem em Guantánamo. Recentemente uma Comissão da Cruz Vermelha Internacional visitou a prisão para averiguar as instalações carcerárias e o estado de saúde dos presos. De acordo com o organismo, a situação é crítica dentro do presídio e há risco de uma “crise humanitária”.

A maioria dos presos de Guantánamo foi detida por forças militares americanas no Afeganistão e Paquistão. Há alguns dias, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou sobre o tema e prometeu trabalhar para conseguir transferir os 166 presos. Cuba também já se manifestou para que a prisão seja retirada de seu território.

A prisão está localizada em uma base militar dos Estados Unidos, na Baía de Guantánamo, parte arrendada da ilha cubana pelo governo americano em 1903.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaPolítica no BrasilPrisõesProtestos

Mais de Mundo

Novo grupo de 103 deportados dos Estados Unidos chega ao Brasil

Irã convoca encarregado de negócios da França após comentarios “insultantes” de chanceler

Cargueiro com 'mercadorias perigosas' sofre naufrágio na Índia

Leão XIV toma posse da cátedra de bispo de Roma na basílica de São João de Latrão