Assange: criador do WikiLeaks luta para não ser extraditado para os EUA (Simon Dawson/Reuters)
Isabela Rovaroto
Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 11h27.
Paris - Julian Assange, o fundador do WikiLeaks que está preso no Reino Unido e luta contra uma extradição aos Estados Unidos por espionagem e invasão cibernética, pode pedir asilo na França, disse seu advogado, Eric Dupond-Moretti, nesta sexta-feira.
Dupond-Moretti disse à rádio Europe 1 que a equipe legal de Assange fará contato com o presidente francês, Emmanuel Macron, para apresentar a proposta de concessão de asilo para seu cliente na França. Assange disse que seu filho mais novo e a mãe da criança são franceses.
Os advogados de Assange observaram que o pedido de asilo "não é uma exigência comum" porque ele não está em solo francês.
Dupond-Moretti disse que o pedido de asilo francês se baseará em razões de saúde e humanitárias, argumentando que Assange, de 48 anos, está mostrando sinais de "tortura psicológica".
"O Artigo 53 de nossa Constituição permite à França dar refúgio a um homem que esteja sendo ameaçado por causa de sua liberdade de expressão", afirmou ele à rádio.
Assange, que passou sete anos entrincheirado na embaixada do Equador em Londres até ser retirado em abril último, é procurado nos EUA por 18 acusações, incluindo conspiração para invadir computadores do governo e violação da lei de espionagem. Ele pode passar décadas na prisão se for condenado.
Atualmente ele está preso em Londres, e a juíza Vanessa Baraitser ouvirá na próxima semana os argumentos em que se dirá se ele deve ou não ser enviado aos EUA.