Mundo

Preso na França, Pavel Durov é alvo de investigação sobre agressão contra um de seus filhos

Segundo a agência AFP, caso se refere a um menor nascido em 2017, que estudava em Paris; Justiça determina nesta terça-feira se ele seguirá detido

Pavel Durov, fundador do aplicativo de mensagens Telegram (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Pavel Durov, fundador do aplicativo de mensagens Telegram (Chris Ratcliffe/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 16h28.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 16h30.

Tudo sobreTelegram
Saiba mais

A Justiça da França abriu uma nova investigação contra o fundador do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, por suspeita de agressão contra o filho dele.

Durov está preso desde sábado na capital francesa, como parte de um inquérito sobre o uso do Telegram como plataforma para atividades criminais, e como a empresa não atuava para impedir os delitos. Nesta quarta-feira, ele comparecerá a um tribunal para saber se será posto em prisão preventiva.

De acordo com a agência AFP, citando fontes próximas ao inquérito, Durov teria cometido atos de “violência grave” contra um de seus filhos, nascido em 2017, quando ele frequentava uma escola em Paris.

Na manhã desta terça, a revista Forbes revelou que Irina Bolgar, com quem Durov tem três filhos, é parte de um processo na Justiça da Suíça, aberto em 2023, também por agressão do filho mais novo do ex-casal. Segundo documentos anexados ao processo suíço, as agressões resultaram em ferimentos sérios, incluindo uma concussão, e provocaram distúrbios do sono no menor de idade. Ao todo, foram cinco episódios de violência, alega Bolgar, entre 2021 e 2022. Não está claro se a investigação suíça está ligada à francesa.

Os dois jamais foram casados legalmente, e ficaram juntos entre 2012 e 2018, quando Durov se comprometeu a pagar, segundo a Forbes, € 150 mil mensais de pensão a Bolgar, mas o dinheiro parou de chegar em setembro de 2022. O bilionário, que jamais assumiu publicamente a paternidade das três crianças, também parou de visitá-los, o que fazia com frequência desde a separação. Em fevereiro de 2023, um tribunal suíço deu os direitos de guarda exclusiva a Bolgar, e suspendeu os direitos de visitação de Durov, que sequer enviou um advogado ou representante para o processo.

Pavel Durov está preso desde sábado em Paris, dentro de um processo que o acusa de não ter tomado medidas eficazes para evitar a proliferação de práticas criminosas no Telegram, um aplicativo que se apresenta como “território livre”. De acordo com os investigadores, a plataforma hospeda desde desinformação política e sanitária até serviços de venda de drogas, pornografia infantil, fraude e lavagem de dinheiro.

Ele nega as acusações, e a empresa, que tem 900 milhões de usuários, garantiu que "cumpre as leis da União Europeia" e que "é um absurdo afirmar que uma plataforma ou o seu proprietário são responsáveis pelos abusos". Nesta quarta-feira, a Justiça decidirá se o liberta sem acusações, se ele será indiciado ou se declara sua prisão preventiva ou se permite que responda o processo em liberdade, mas sob restrições de movimento.

Dono de uma fortuna de US$ 15,5 bilhões (R$ 85,1 bilhões), Durov recebeu o apoio de integrantes do governo russo, com quem, apontam veículos de imprensa independentes, mantém uma estreita relação, do bilionário Elon Musk e de Edward Snowden, responsável por um dos maiores vazamentos da história dos EUA, e que reside na Rússia. O presidente da França, Emmanuel Macron, negou que a detenção tenha ocorrido por razões políticas.

Acompanhe tudo sobre:TelegramPrisõesFrança

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA