Prisão em Guantánamo: até um terço dos 600 presos durante governo Bush era de "alto risco" (Jon Soucy/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 19h37.
São Paulo - Sharif al Masri, um jihadista egípcio detido no Paquistão em 2004, confessou à Central de Inteligência Americana (CIA) e ao FBI que a morte do terrorista Osama bin Laden seria vingada com a explosão de uma bomba nuclear. “Se Osama bin Laden for capturado ou assassinado, a bomba (nuclear) será detonada nos Estados Unidos”, declarou Masri.
A declaração aparece na ficha elaborada pelo Departamento de Defesa americano sobre Abu Faraj al Libi em 2008, a qual teve acesso o jornal espanhol El País, que divulgou as informações. Al Libi, um dos presos mais valiosos de Guantánamo, é um líbio vinculado a experimentos de guerra nuclear, química e bacteriologia em campos de treinamento no Afeganistão realizados pela Al Qaeda.
A ficha de al Libi diz que ele é fascinado desde jovem pela jihad e era um colaborador próximo de Osama bin Laden e de seu escudeiro Ayman al Zawahari. Segundo a confissão de Masri, al Libi seria o jihadista autorizado a dar a ordem da explosão. Al Libi entrou na Al Qaeda e foi nomeado chefe de operações da organização depois da detenção em 2002 do paquistanês Jalid Seij Mohamed, cérebro do atentado de 11 de setembro que também está preso em Guantánamo e que supostamente deu pistas sobre o mensageiro que vivia com bin Laden no Paquistão. Um outro preso revelou que al Libi teria 50 suicidas preparados para suas operações.
Sharif al Masri também confessou que a Al Qaeda possui uma bomba nuclear na Europa, mas tem dificuldades para deslocá-la. Quem sabe onde está a bomba é al Libi, segundo o detido egípcio.
De acordo com o documento, depois dos ataques de 11 de setembro, bin Laden encarregou ao seu chefe de operações e outros membros do conselho da organização o planejamento da “nova jihad”. A mudança da nova luta dos terroristas se deve à detonação da “bomba suja”, um explosivo nuclear caseiro que poderia matar milhares de pessoas e desencadear reações químicas e bacteriológicas como as ensaiadas em campos de treinamento afegãos. Os interrogatórios a presos da Al Qaeda em Guantánamo repetem a informação de que a “bomba suja” está ao alcance dos jihadistas, segundo informações do El País.