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Presidente ucraniano diz que tropas russas estão na Ucrânia

Conselho de segurança e defesa disse que a cidade fronteiriça de Novoazovsk e outras partes do sudeste da Ucrânia haviam caído em mãos de forças russas


	Petro Poroshenko: “tropas russas foram realmente trazidas para dentro da Ucrânia”
 (Mykola Lazarenko/Pool/Reuters)

Petro Poroshenko: “tropas russas foram realmente trazidas para dentro da Ucrânia” (Mykola Lazarenko/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 10h32.

Kiev - A Ucrânia acusou a Rússia nesta quinta-feira de levar tropas russas para o sudeste ucraniano em apoio a rebeldes separatistas. O conselho de segurança e defesa da Ucrânia disse que a cidade fronteiriça de Novoazovsk e outras partes do sudeste da Ucrânia haviam caído em mãos de forças russas que, junto com os rebeldes, estavam organizando uma contra-ofensiva.

“Um contra-ataque de tropas russas e unidades separatistas está em andamento no sudeste da Ucrânia”, disse o conselho em uma publicação no Twitter.

O presidente Petro Poroshenko, em um comunicado explicando sua decisão de cancelar uma visita à Turquia, afirmou: “Tropas russas foram realmente trazidas para dentro da Ucrânia.”

A Rússia nega estar intervindo na Ucrânia, seja em armamentos aos rebeldes ou enviando soldados pela fronteira. O ministério da Defesa não quis comentar os relatos de que tanques russos estavam em Novoazovsk.

“As autoridades russas claramente disseram muitas vezes que não há tropas regulares russas lá.

A Rússia não está participando neste conflito armado”, disse uma fonte diplomática russa. A mais recente escalada na crise da região, que já dura cinco meses, acontece apenas dois dias após os presidentes de ambos os países terem realizado suas primeiras conversas em mais de dois meses e concordado em trabalhar para um processo de paz.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, apelou para os Estados Unidos, a União Europeia e a países do G7 “para congelar os ativos e finanças russos até que a Rússia retire suas forças armadas, equipamentos e agentes”.

Avanços rebeldes nesta semana abriram uma nova frente no conflito pouco após o Exército ucraniano ter parecido tomar a dianteira do confronto, virtualmente confinando os separatistas em seus principais bastiões de Donetsk e Luhansk.

Anton Gerashchenko, um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, disse pelo Facebook: “A invasão do Exército regular russo de Putin à Ucrânia é agora um fato estabelecido!”.

O presidente francês, François Hollande, declarou que seria "intolerável e inaceitável” caso fosse comprovado que tropas russas haviam entrado em território ucraniano.

Segundo uma fonte militar, forças separatistas também tomaram Savur-Mohyla, uma colina ao leste da cidade de Donetsk que permite o domínio estratégico sobre grandes áreas ao redor.

Alexander Zakharchenko, primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk, disse à Reuters em uma entrevista que as forças rebeldes haviam ganhado espaço no Mar de Azov e que seu objetivo é chegar até a grande cidade portuária de Mariupol.

Ele declarou haver cerca de 3.000 voluntários russos servindo nos tanques rebeldes. Os últimos acontecimentos, e a captura pela Ucrânia nesta semana de 11 soldados russos em seu território, prejudicaram a credibilidade das afirmações da Rússia, que nega enviar armas e soldados para ajudar os separatistas.

A Rússia disse que o primeiro grupo de 10 soldados provavelmente cruzou a fronteira por engano. A crise levou governos ocidentais a impor sanções sobre Moscou, que tem reagido e acirrado as tensões com a Otan em níveis não vistos desde a Guerra Fria.

Um relatório da ONU nesta semana disse que mais de 2.200 pessoas foram mortas, sem incluir as 298 que morreram quando um avião da Malásia foi abatido sobre território rebelde em julho.

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