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Presidente turco equipara "brutalidade" de Israel com crimes nazistas

Erdogan disse que exército israelense, ao atirar contra manifestantes e matar mais de 60 deles, "agiu de maneira que deixaria os nazistas com inveja"

Recep Tayyip Erdogan: "Jerusalém é sagrada demais para ser deixada nas mãos de um Estado terrorista que tem o sangue dos palestinos em suas mãos" (Henry Nicholls/Reuters)

Recep Tayyip Erdogan: "Jerusalém é sagrada demais para ser deixada nas mãos de um Estado terrorista que tem o sangue dos palestinos em suas mãos" (Henry Nicholls/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de maio de 2018 às 20h51.

Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, abriu nesta sexta-feira uma cúpula extraordinária da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC, na sigla em inglês) em Istambul, com um discurso no qual condenou o "terror" de Israel na Faixa de Gaza e o comparou com a perseguição dos judeus na Alemanha nazista.

"Não há nenhuma diferença entre os horrores que foram cometidos há 75 anos contra os judeus na Europa e a brutalidade que nossos irmãos sofrem hoje em Gaza", declarou o político islamita em seu discurso na cúpula da OIC, uma organização integrada por 57 países de maioria muçulmana.

"Jerusalém é sagrada demais para ser deixada nas mãos de um Estado terrorista que tem o sangue dos palestinos em suas mãos", disse Erdogan.

O presidente turco garantiu que o exército israelense, ao atirar contra manifestantes desarmados e matar mais de 60 deles, "agiu de maneira que deixaria os nazistas com inveja".

Erdogan também destacou a responsabilidade do governo dos Estados Unidos nos massacres, depois que o mesmo decidiu transferir sua embaixada em Tel Aviv, a cidade reconhecida internacionalmente como capital de Israel, para Jerusalém, uma cidade que, segundo ele, "é também a capital da Palestina".

"Apesar de nossas advertências, os Estados Unidos optaram por seguir (o primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu e os evangelistas radicais. (Os EUA) já não são parte da solução no Oriente Médio, mas parte do problema", acrescentou o presidente turco.

Nesse mesmo sentido se pronunciou o secretário-geral da OCI, o saudita Yousef al Othaimeen, ao assegurar que a transferência da embaixada americana "jamais será legitimada".

O rei da Jordânia, Abdullah II, lembrou que há apenas cinco meses, em dezembro do ano passado, a OCI já havia realizado uma cúpula extraordinária em Istambul para condenar o reconhecimento americano de Jerusalém como capital de Israel.

"Aqui temos os resultados: os valores se deterioram e o desespero se aprofunda", denunciou o monarca.

Assim como os outros oradores, o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Rami Hamdallah, destacou em seu discurso que a única forma de alcançar a paz será o estabelecimento de um Estado palestino nas fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como capital.

A cúpula foi convocada como reação aos eventos de segunda-feira, quando cerca de 60 palestinos morreram e mais de 2 mil ficaram feridos por disparos do exército israelense durante os protestos ao longo da cerca divisória entre a Faixa de Gaza e Israel.

O governo israelense, por sua vez, justificou as ações de seu exército como esforços para evitar que "terroristas" do grupo islamita Hamas, que controla Gaza, tenham acesso a seu território.

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