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Presidente turco defende sua posição sobre jihadistas

Recep Tayyp Erdogan defendeu a posição do pais, que nega intervir militarmente contra o Estado Islâmico

Recep Tayyp Erdogan: Turquia impôs condições para se unir à coalizão internacional  (Don Emmert/AFP)

Recep Tayyp Erdogan: Turquia impôs condições para se unir à coalizão internacional (Don Emmert/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 14h05.

Istambul - O presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, defendeu nesta segunda-feira a posição de seu país, que se nega a intervir militarmente contra os jihadistas na Síria e no Iraque, criticando os "novos Lawrence da Arábia" que querem desestabilizar a Turquia.

"Há cem anos, alguns se ergueram contra o Império Otomano (...) Hoje seguem existindo. Lawrence era um espião inglês disfarçado de árabe", disse Erdogan em um discurso transmitido pela televisão.

Thomas Edward Lawrence (chamado de Lawrence da Arábia) (1888-1935) foi um oficial britânico que desempenhou um papel importante, embora controverso, no desencadeamento em 1916 da revolta árabe contra o Império Otomano.

Enquanto os britânicos encorajavam os árabes com a ideia da independência para conquistar a sua revolta, se aliavam secretamente à França para dividir o Oriente Médio. As duas potências europeias selaram, assim, em 1916 o acordo Sykes-Picot: Líbano e Síria ficariam sob o controle francês e Jordânia, Palestina e Iraque sob controle britânico.

Segundo Erdogan, atualmente "há novos Lawrence voluntários, disfarçados de jornalistas, religiosos, escritores ou terroristas".

"É nosso dever explicar ao mundo que há Lawrence modernos enganados por organizações terroristas", disse o presidente turco.

A Turquia impôs condições para se unir à coalizão liderada pelos Estados Unidos que está realizando bombardeios aéreos no Iraque e na Síria para frear o avanço da organização jihadista Estado Islâmico (EI), entre as quais se encontram a criação de uma zona neutra no norte da Síria e a entrega de armas à oposição síria moderada.

Violentas manifestações pró-curdas atingiram a Turquia na semana passada, em particular no sudeste de maioria curda, para denunciar a passividade de Ancara diante do assédio dos jihadistas do grupo EI em Kobane, uma cidade curdo-síria situada na fronteira.

"Não é possível solucionar este problema (sírio) concentrando-se apenas em Kobane", insistiu Erdogan nesta segunda-feira. "Por que todos aqueles que permanecem passivos ante o massacre em Kobane, onde não há mais civis, o usam contra a Turquia?", se perguntou.

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