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Presidente Santos diz que "não" à paz não afeta estabilidade

"Esta decisão democrática não deve afetar a estabilidade da nação, que vou garantir", sustentou o presidente colombiano


	Acordo de paz: "Esta decisão democrática não deve afetar a estabilidade da nação, que vou garantir", sustentou o presidente colombiano
 (John Vizcaino/Reuters)

Acordo de paz: "Esta decisão democrática não deve afetar a estabilidade da nação, que vou garantir", sustentou o presidente colombiano (John Vizcaino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2016 às 22h35.

Bogotá - O presidente <a href="https://exame.com.br/topicos/colombia"><strong>colombiano</strong></a>, Juan Manuel Santos, reconheceu neste domingo a vitória do "não" no referendo sobre o acordo de paz assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (<a href="https://exame.com.br/topicos/farc"><strong>Farc</strong></a>) e disse que com este resultado "se abre uma nova realidade política" que é uma "oportunidade" para o país.</p>

Em um pronunciamento em rede nacional, Santos disse que, no referendo que convocou sobre o acordo de paz, "a maioria, ainda que por estreitíssima margem, disse 'não'. Sou o primeiro a reconhecer este resultado".

Santos se pronunciou depois que o "não" ao acordo que assinou há apenas uma semana com as Farc se impusesse nas urnas com 6.430.909 votos, 50,22%, frente aos 6.374.491 sufrágios obtidos pelo "sim", que representaram 49,77%, com o 99,92 % das mesas apuradas.

"Como chefe de Estado sou o fiador da estabilidade da nação, e esta decisão democrática não deve afetar dita estabilidade, que vou garantir", sustentou.

Santos destacou que, apesar do revés sofrido, como presidente conserva "intactas" suas faculdades e sua "obrigação para manter a ordem pública e para buscar e negociar a paz".

Além disso, ressaltou que o "a cessação de fogo e de hostilidades bilateral e definitiva" que entrou em vigor no último dia 29 de agosto com as Farc "segue vigente, e seguirá vigente".

O governante anunciou também que nesta segunda-feira convocará "todas as forças políticas, e em particular as que se manifestaram hoje pelo 'não', para escutá-las, abrir espaços de diálogo e determinar o caminho a seguir".

"Sempre acreditei no sábio conselho chinês de buscar oportunidades em qualquer situação. E aqui temos uma oportunidade que se abre para nós, com a nova realidade política que se manifestou através do referendo", comentou.

O presidente defendeu ainda que "buscar pontos de encontro e de unidade é agora mais importante que nunca".

Igualmente antecipou que ordenou aos negociadores de seu governo que se desloquem a Havana para manter às Farc informadas sobre os resultados deste diálogo.

"Dei instruções ao chefe negociador do governo (Humberto de la Calle) e ao Alto Comissariado de Paz (Sergio Jaramillo) para que viajem amanhã mesmo a Havana para manter os negociadores das Farc informados sobre o resultado deste diálogo político", detalhou.

Santos frisou que decidirão "entre todos qual é o caminho" que se deve tomar para que a paz "seja possível e saia ainda mais fortalecida desta situação".

"Não me renderei", advertiu o chefe de Estado, que durante quase quatro anos manteve negociações com a guerrilha das Farc em Havana, e prometeu que seguirá "buscando a paz até o último minuto" de seu mandato "porque esse é o caminho para deixar um melhor país a nossos filhos". EFE

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