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Presidente iraniano recebe festa após conversa com Obama

Um grupo de 300 partidários do presidente gritavam, por sua vez, "obrigado Rohani", saudando o presidente


	Rohani chega ao Irã: esta é a primeira comunicação direta entre os líderes das duas nações desde a Revolução Islâmica em 1979 (ATTA KENARE/AFP)

Rohani chega ao Irã: esta é a primeira comunicação direta entre os líderes das duas nações desde a Revolução Islâmica em 1979 (ATTA KENARE/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2013 às 12h20.

Teerã - O presidente iraniano Hasan Rohani foi recebido por centenas de manifestantes neste sábado, após uma intensa semana diplomática em Nova York, marcada por uma conversa telefônica histórica com Barack Obama.

Enquanto a comitiva de Rohani deixava o aeroporto de Teerã, cerca de 60 radicais islâmicos gritavam "morte aos Estados Unidos" e "morte a Israel".

Um deles atirou um sapato contra o carro presidencial, sem acertá-lo.

Um grupo de 300 partidários do presidente gritavam, por sua vez, "obrigado Rohani", saudando o presidente, cuja eleição em junho, após oito anos do governo conservador de Mahmoud Ahmadinejad, aumentou as esperanças de uma reaproximação entre o Irã e o Ocidente.

Na sexta-feira, antes de deixar Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU, Rohani conversou por 15 minutos por telefone com Obama, o primeiro contato entre os líderes desses países em mais de três décadas.

Em uma primeira declaração, Rohani indicou que a iniciativa do telefonema partiu do presidente dos Estados Unidos, enquanto fontes americanas revelaram que o presidente iraniano disse às autoridades que gostaria de falar com o presidente Obama antes de sair de Nova York.

"Nós estávamos indo para o aeroporto, quando fui informado de que a Casa Branca tinha telefonado ao nosso embaixador na ONU dizendo que Obama queria conversar comigo", declarou Rohani.

Esta é a primeira comunicação direta entre os líderes das duas nações desde a Revolução Islâmica em 1979.

Rohani também indicou que defendeu em Nova York a posição do Irã, especialmente sobre a questão nuclear, sem abrir mão dos "direitos" e "objetivos nacionais".


"Nós conversamos sobre as negociações entre o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e a janela está aberta", disse ele, referindo-se a uma reunião em Nova York, após a qual foi anunciado que as negociações sobre a questão nuclear serão retomadas em meados de outubro, em Genebra.

"Nós concordamos que devemos aproveitar esta oportunidade" para encontrar uma solução rápida, acrescentou.

Fim de um tabu que durou 35 anos

O presidente do Parlamento iraniano, o conservador Ali Larijani, declarou que os Estados Unidos devem mostrar através de ações que sua política externa mudou.

"O tom das autoridades americanas mudou nos últimos dias, mas devem provar por atos que sua política em relação ao Irã realmente mudou", considerou.

"Não acredito que estamos sob pressão ou cansados de resistir (sobre a questão nuclear). Ao contrário. A única solução para os Estados Unidos é parar de usar a linguagem da ameaça", acrescentou.

Por sua parte, o presidente da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento, Allaedin Borujerdi, expressou apoio a Rohani, dizendo que a conversa entre os dois líderes foi um sinal de "poder" do Irã.

A imprensa iraniana elogiou o contato "histórico" entre o Irã e os Estados Unidos, com destaque para "o fim de um tabu que durou 35 anos".

Em um artigo publicado no jornal Etemad, Mohamad Ali Basiri, professor de relações internacionais, advertiu para os riscos dos "extremistas", que se opõem ao contato entre as duas nações.

"Além dos extremistas (dentro do país) hostis à melhoria das relações entre o Irã e os Estados Unidos, há adversários na região. Muitos países, incluindo o regime sionista, sentem que os seus interesses estão ameaçados com um regresso à normalidade das relações entre o Irã e os Estados Unidos e vão tentar evitá-lo", explicou.

Desde sua eleição, Rohani adotou um tom conciliador com o Ocidente e se mostra aberto ao diálogo.

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