O presidente do Iêmen foi transferido para uma suíte real no hospital das Forças Armadas (Helene C. Stikkel/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2011 às 13h35.
Sanaa - O polêmico presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, ferido em um bombardeio contra seu palácio presidencial em Sanaa na útlima sexta-feira, saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após o êxito da cirurgia a que foi submetido em um hospital de Riad, informou nesta quinta-feira a agência oficial Saba.
Mas no Iêmen prosseguem os protestos contra um possível retorno de Saleh ao país.
"Saiu da UTI e foi transferido para uma suíte real no hospital das Forças Armadas após o êxito da operação cirúrgica", afirma um comunicado.
Saleh, 69 anos, foi ferido em uma explosão na mesquita do palácio de Sanaa no dia 3 de junho. Outras autoridades, incluindo o primeiro-ministro, foram feridas e 11 pessoas morreram no bombardeio, atribuído pelo governo a membros de uma tribo.
A agência oficial informou que moradores de Sanaa e de outras províncias do Iêmen celebraram a saída de Saleh da UTI.
Na quarta-feira, uma fonte do governo saudita informou que Saleh estava em condição estável e aguardava uma cirurgia estética para reparar as lesões e queimaduras sofridas no bombardeio.
Para o porta-voz dos jovens opositores, Wasim al-Qirshi, o mandato do questionado presidente, que governa o país há 33 anos, "acabou e todos terão que fazer o possível para que retorne ao país como simples cidadão".
Os militantes da oposição, que acampam desde o fim de fevereiro na Praça da Mudança, perto da Universidade de Sanaa, "continuarão pressionado o vice-presidente", com protestos e manifestações, até que aceite formar um Conselho Presidencial de Transição", acrescentou.
No campo de batalha, pelo menos 13 pessoas, 10 membros da Al-Qaeda e três militares, morreram em novos combates nas proximidades de Zinjibar, capital da província de Abyan, reduto da rede extremista, informou o Exército iemenita.
"Confrontos violentos aconteceram novamente na quarta-feira à noite nos arredores de Zinjibar, durante os quais três militares da divisão blindada 119 morreram e quatro foram feridos", declarou uma fonte oficial que pediu anonimato.
"Segundo nossas informações, pelo menos 10 membros da Al-Qaeda morreram e outros ficaram feridos", acrescentou.
A fonte disse ainda que o Exército avançou rumo a Zinjibar, que desde 29 de maio está sob controle de extremistas armados apresentados pelas autoridades como membros da Al-Qaeda.