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Presidente hondurenho mantém vantagem após recontagem parcial

Na apuração total dos votos, Hernández lidera a eleição com 42,98%, contra 41,38% de Nasralla

Eleitores do presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, seguram cartazes em apoio ao candidato (Edgard Garrido/Reuters)

Eleitores do presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, seguram cartazes em apoio ao candidato (Edgard Garrido/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de dezembro de 2017 às 10h07.

O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, mantém a vantagem na apuração da polêmica eleição de 26 de novembro, na qual tenta a reeleição, depois que o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) concluiu uma recontagem parcial dos votos.

O presidente do TSE, David Matamoros, afirmou que o "resultado é consistente" com o que havia sido divulgado previamente de 1,6% a favor de Hernández, do Partido Nacional (PN), sobre o apresentador de televisão Salvador Nasralla, da esquerdista Aliança de Oposição Contra a Ditadura.

Matamoros fez o anúncio após a recontagem dos votos de 4.753 urnas que apresentavam dúvidas. Ele explicou que o TSE começará agora a analisar os pedidos de impugnação apresentados.

Após pedidos de observadores da União Europeia e da OEA, o tribunal iniciou na quinta-feira a recontagem de 4.753 atas de apuração que entraram no sistema depois de uma série de interrupções e que deram vantagem Hernández.

Nas atas em questão, Hernández superou Nasralla por 55,11% contra 31,54%.

Na apuração total dos votos, Hernández lidera a eleição com 42,98%, contra 41,38% de Nasralla.

A aliança de oposição apresentou na sexta-feira um pedido para impugnar a votação e a apuração, alegando uma "alteração intencional das atas de apuração" para assegurar a vitória de Hernández.

"Eles (os juízes do TSE) sabem que esse processo é completamente falido. É um processo onde há roubo de todos os lados", afirmou Nasralla, após entregar o recurso junto com o advogado e diretor de campanha do partido, Marlon Ochoa.

O recurso pretende anular a eleição e os resultados das 18.103 urnas, segundo o documento apresentado pelos opositores.

Ochoa disse à AFP que o TSE provavelmente vai declarar improcedente o recurso. "Mas estamos usando o recurso interno para seguir às instâncias internacionais", explicou.

O advogado afirmou que a recontagem apresentada neste domingo pelo TSE não é aceita pela aliança, que não tem representantes no processo.

O primeiro boletim do TSE, com 57% dos votos apurados, apresenta uma vantagem de cinco pontos para Nasralla, mas, após uma série de interrupções no sistema de informática, o resultado mudou e passou a apresentar a vantagem do atual presidente.

A aliança opositora, coordenada pelo ex-presidente Manuel Zelaya - destituído em 2009 -, saiu às ruas para protestar, alegando fraude.

Bloqueios em ruas, avenidas e rodovias foram registrados em todo o país, assim como saques e incêndios em estabelecimentos comerciais.

Os manifestantes foram alvos da repressão da polícia e 14 pessoas morreram, de acordo com a Anistia Internacional.

A aliança convocou novos protestos neste domingo em todo o país para reivindicar vitória de Nasralla.

A candidatura de Hernández é questionada por vários setores porque a Constituição proíbe a reeleição, mas o Tribunal Constitucional derrubou o veto após um recurso apresentado por seus simpatizantes.

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