Argentina: Fernández afirmou que a equipe será divulgada na sexta-feira (Mariana Greif/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 15h00.
Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 15h02.
Buenos Aires — O próximo gabinete da Argentina já foi escolhido e será anunciado na sexta-feira, disse o presidente eleito Alberto Fernández numa mídia social nesta terça-feira, enquanto o país e os mercados observam atentamente a composição da equipe principal de liderança do peronista.
Depois de semanas de especulação sobre as principais escolhas do gabinete, especialmente para a função da economia, o líder de centro-esquerda deu poucos detalhes, mas minimizou a influência de sua vice-presidente eleita, Cristina Kirchner.
"O gabinete está definido. Tudo já foi escolhido e todos estamos trabalhando. Apresentamos na sexta-feira às 18:00 (horário local)", segundo texto publicado em sua conta oficial no Twitter. A informação veio depois de comentários feitos à rádio local Metro 95.1.
Os credores da Argentina, investidores em energia e operadores de grãos estão observando de perto as escolhas de Fernández, preocupados com o risco de a terceira maior economia da América Latina dar uma guinada para o populismo depois de quatro anos sob comando do conservador Mauricio Macri, favorável a políticas pró-mercado.
O presidente eleito acrescentou que Kirchner --uma ex-presidente que entrou em conflito com os credores e o setor agrícola durante seu governo de dois mandatos — deu conselhos sobre o gabinete, mas negou que ela tivesse escolhido pessoas de seu próprio círculo.
"Cristina influenciou a composição do gabinete da maneira que uma pessoa cuja opinião eu valorizaria, mas não preencheu o gabinete com seus próprios nomes. Somos uma frente unida. O que estou procurando é que todos estejam representados", disse ele.
A equipe de Fernández tem evitado dar informações antecipadas sobre as escolhas do gabinete, embora alguns nomes importantes provavelmente exerçam pelo menos algum papel na equipe formal ou como conselheiros.
Os economistas heterodoxos Matías Kulfas e Cecilia Todesca, o especialista em dívida Guillermo Nielsen e o acadêmico Martín Guzmán são altamente cotados para assumirem cargos na área econômica.
A imprensa local também noticiou que o jovem cientista político Santiago Cafiero, herdeiro de uma família peronista histórica, será o chefe do Gabinete e que o ex-governador de Buenos Aires Felipe Solá será ministro das Relações Exteriores.
Uma fonte com conhecimento do assunto e alguns veículos locais também disseram que Miguel Angel Pesce, economista, está nos trilhos para assumir a presidência do banco central.