O presidente egípcio Mohamed Mursi (Mark Wilson/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2012 às 13h49.
Cairo - O presidente egípcio, Mohammed Mursi, revogou neste sábado sua decisão de destituir o procurador-geral Abdelmeguid Mahmoud, que se negou a abandonar o posto, informou o vice-presidente do Egito, Mahmoud Meki.
Em entrevista coletiva, Meki explicou que Mursi tomou a decisão depois que o Conselho Supremo de Justiça solicitou que Mahmoud permanecesse no cargo.
'Preservar o Poder Judiciário, da mesma forma que os outros poderes do Estado, é um objetivo fundamental e o presidente da República trabalha para salvaguardar a Justiça', disse Meki.
Mursi destituiu Mahmoud na quinta-feira, no dia seguinte da absolvição de vários ex-altos cargos do antigo regime do presidente deposto Hosni Mubarak (1981-2011) pela morte de manifestantes durante a revolução.
Mahmoud, no entanto, não aceitou a decisão presidencial e argumentou que a lei estabelece que o chefe de Estado não pode demitir o procurador-geral, salvo se ele mesmo solicitar ou se aposentar.
Em sua queda-de-braço com Mursi, Mahmoud afirmou que não tinha intenção de renunciar e na mesma manhã foi trabalhar em seu escritório na sede do Tribunal Superior de Justiça, onde centenas de juízes o esperavam para manifestar seu apoio.
Ontem, a Irmandade Muçulmana organizou um protesto na praça Tahrir, no Cairo, para protestar contra a decisão judicial e pedir a renúncia de Mahmoud, o que desencadeou confrontos com manifestante anti-Mursi, nos quais mais de 100 pessoas ficaram feridas.