Bombeiros egípcios extinguem fogo do lado de fora do estádio do Cairo, durante confrontos entre torcedores do Zamalek e as forças de segurança (AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 12h19.
Cairo - O presidente do clube egípcio Zamalek, Murtada Mansur, conhecido por suas declarações polêmicas, acusou o grupo Irmandade Muçulmana de estar por trás dos conflitos entre torcedores e policiais na noite de domingo, nos quais morreram 19 pessoas, segundo o governo do país.
Em declarações à emissora "Sa'adah al Balad", Mansur explicou que os ultras das equipes egípcias são "o braço militar da Irmandade Muçulmana" e os acusou pela morte dos torcedores.
Ontem à noite, 19 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do país, e 22, conforme a promotoria, morreram em um tumulto ocorrido horas antes da partida entre Zamalek e ENPPI. Os torcedores teriam tentado entrar no estádio quando os acessos já tinham sido fechados.
"A polícia egípcia não fez nem um disparo. Só lançou gás lacrimogênio para dispersar quem estava na porta do estádio", garantiu o presidente do Zamalek.
O Ministério do Interior do Egito afirmou que os torcedores de ambas as equipes tentaram forçar a entrada do estádio, no leste do Cairo, sem ter comprado ingressos para a partida.
De acordo com Mansur, a intenção da Irmandade Muçulmana seria provocar o caos antes da visita do presidente da Rússia, Vladimir Putin, prevista para hoje.
A Irmandade Muçulmana foi declarada como terrorista pelas autoridades. Desde então, tem sido reprimida e perseguida, principalmente depois do golpe militar que derrubou em julho de 2013 o presidente Mohammed Mursi, membro do grupo.
Após os confrontos, a Federação Egípcia de Futebol anunciou a interrupção do torneio. A promotoria abriu uma investigação sobre o caso.
A partida entre Zamalek e o ENPPI, da primeira divisão do Campeonato Egípcio, estava programada para às 19h30 locais de domingo (15h30 em Brasília) e, embora atrasada devido aos enfrentamentos, terminou em empate por 1 a 1. EFE