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Presidente do Panamá rechaça reduzir pedágio de canal após exigência de Trump

José Raúl Mulino reiterou que não há “interferência” da China no local, após outras alegações sobre o tema, feitas pelo presidente eleito dos EUA

(COMBO) Esta combinação de imagens de arquivo criada em 22 de dezembro de 2024 mostra uma imagem de folheto divulgada pela Presidência panamenha do presidente José Raul Mulino (E) falando durante uma coletiva de imprensa no palácio do governo Las Garzas na Cidade do Panamá, em 3 de outubro de 2024 e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, fala em uma coletiva de imprensa no resort Mar-a-Lago de Trump em 16 de dezembro de 2024 em Palm Beach, Flórida. O presidente do Panamá, José Raul Mulino, em 22 de dezembro de 2024, rejeitou as ameaças recentes feitas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de retomar o controle do Canal do Panamá devido a reclamações de tratamento "injusto" de navios americanos. (Foto de Handout e Andrew Harnik / várias fontes / AFP) / RESTRITO AO USO EDITORIAL - SEM MARKETING - SEM CAMPANHAS DE PUBLICIDADE - DISTRIBUÍDO COMO UM SERVIÇO AOS CLIENTES (AFP)

(COMBO) Esta combinação de imagens de arquivo criada em 22 de dezembro de 2024 mostra uma imagem de folheto divulgada pela Presidência panamenha do presidente José Raul Mulino (E) falando durante uma coletiva de imprensa no palácio do governo Las Garzas na Cidade do Panamá, em 3 de outubro de 2024 e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, fala em uma coletiva de imprensa no resort Mar-a-Lago de Trump em 16 de dezembro de 2024 em Palm Beach, Flórida. O presidente do Panamá, José Raul Mulino, em 22 de dezembro de 2024, rejeitou as ameaças recentes feitas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de retomar o controle do Canal do Panamá devido a reclamações de tratamento "injusto" de navios americanos. (Foto de Handout e Andrew Harnik / várias fontes / AFP) / RESTRITO AO USO EDITORIAL - SEM MARKETING - SEM CAMPANHAS DE PUBLICIDADE - DISTRIBUÍDO COMO UM SERVIÇO AOS CLIENTES (AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 09h01.

Última atualização em 27 de dezembro de 2024 às 09h20.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, negou nesta quinta-feira, 26, que o pedágio do canal interoceânico será reduzido, depois que o presidente eleito dos Estados Unidos reclamou dos preços e ameaçou exigir que a infraestrutura volte para o controle de seu país.

“Não, a resposta é não (...) o pedágio não é estabelecido por capricho dos presidentes (do Panamá) e do administrador", mas em um "processo público e aberto" do qual participam clientes e outros agentes, declarou o presidente panamenho.

Mulino lembrou que “há alguns anos”, em uma dessas audiências públicas para discutir o pedágio, “a reivindicação das posições dos países usuários interrompeu o aumento (dos preços) e fez uma reconfiguração de acordo com o que correspondia naquele momento, e todos concordaram”.

O presidente panamenho, que assumiu o cargo em 1º de julho, também enfatizou que, embora o canal fosse operado pelos Estados Unidos, “era uma ninharia o que eles pagavam” ao país centro-americano.

O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos, que o inauguraram em 1914 e o administraram até sua transferência total para o Estado panamenho em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977 em Washington pelo então chefe do governo panamenho, Omar Torrijos, e pelo então presidente americano, Jimmy Carter.

Mulino também enfatizou que esperará até 20 de janeiro, quando Trump tomará posse para seu segundo mandato, para conversar com o governo dos EUA sobre questões bilaterais importantes, como a migração ilegal, embora tenha esclarecido que “não há possibilidade de conversar sobre qualquer coisa que busque repensar a realidade jurídico-política” de que o canal é panamenho.

Segundo ele, sobre “questões de migração, há muito o que falar”, especialmente se os EUA “vão manter o apoio econômico” ao programa de repatriação de migrantes que cruzaram Darién, a região de selva na fronteira com a Colômbia usada diariamente por migrantes para chegar à América do Norte.

Trump anunciou na quarta-feira que nomeará como embaixador no Panamá Kevin Marino Cabrera, atualmente comissário do condado de Miami-Dade e “um lutador feroz” pelos princípios "Estados Unidos primeiro", seu lema de campanha eleitoral.

“Vi sobre o rapaz embaixador, mais jovem que meu filho. Fiquei surpreso. Não tenho mais nada a dizer. Quando chegar o momento de avaliar sua aprovação, poderei saber um pouco mais sobre seu histórico e assim por diante. E isso ainda leva alguns meses”, disse Mulino.

O presidente panamenho também reiterou que não há “interferência” da China no Canal, após a insistência de Trump sobre a presença de militares chineses.

“Não há chineses no Canal. É tão simples quanto isso. Nem os chineses, nem qualquer outra potência está no canal. Se há chineses por lá, são aqueles que vão a bordo de um navio de cruzeiro ou aqueles que vão parar no centro de visitantes como turistas (...) Mas, reitero, não há absolutamente nenhuma interferência ou participação chinesa em nada relacionado ao Canal do Panamá. Talvez sejam temores geopolíticos”, afirmou.

Trump causou alvoroço no último fim de semana quando ameaçou retomar o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá se as autoridades do país centro-americano não reduzirem as tarifas que cobram para atravessar a via.

O presidente panamenho repudiou a ameaça em uma mensagem institucional e disse que a soberania do canal transoceânico não é negociável, algo que recebeu o apoio de vários líderes latino-americanos.

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