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Presidente do México anuncia fim de "guerra de extermínio" contra o crime

Andrés Manuel López Obrador quer focar em causas sociais que provocam violência no país

Violência no México: López Obrador afirmou que os corpos de segurança pública não têm mais permissão para massacres nem desaparecimento de pessoa (Jair Cabrera/NurPhoto/Getty Images)

Violência no México: López Obrador afirmou que os corpos de segurança pública não têm mais permissão para massacres nem desaparecimento de pessoa (Jair Cabrera/NurPhoto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 11h42.

Cidade do México — O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, proclamou neste domingo o fim do que chamou de "guerra de extermínio" contra o crime organizado e o narcotráfico, e destacou a necessidade de atender as causas sociais que provocam a violência no país.

"Nem o Exército nem a Marinha são utilizados para reprimir o povo. Acabou a guerra de extermínio contra o chamado crime organizado", declarou o presidente durante a apresentação do seu primeiro relatório de governo no Palácio Nacional.

López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional, de esquerda, afirmou que o seu governo iniciou uma mudança de paradigma em matéria de segurança com relação à guerra militar contra o narcotráfico realizada por Felipe Calderón, que presidiu o país de 2006 a 2012.

O chefe de governo considera que a estratégia dos seus antecessores teve um resultado catastrófico, que aumentou os números de violência, mortes e desaparições. "O Estado deixou de ser o principal violador dos direitos humanos", criticou o presidente, ovacionado por cerca de 500 autoridades reunidas na sede do Executivo federal.

López Obrador afirmou que os corpos de segurança pública não têm mais permissão para massacres nem desaparecimento de pessoas. Nesse sentido, prometeu trabalhar todos os dias para encontrar o paradeiro dos 43 estudantes de Ayotzinapa desaparecidos em 2014 após terem sido interceptados por policiais e militares.

Ele destacou que, para diminuir os números de violência no México, estão sendo criadas melhores condições de vida e trabalho para que não haja pessoas que se vejam obrigadas a recorrer à criminalidade para sobreviverem.

Ainda segundo o presidente, 58,6 mil soldados da Guarda Nacional, um novo corpo de segurança pública formado por policiais e militares, estão sendo mobilizados em todo o território nacional. O objetivo é chegar a 140 mil homens.

López Obrador encerrou afirmando que ainda é necessário trabalhar muito nesse tema, já que nos primeiros sete meses de 2019 foram registrados 20.135 homicídios no México, o pior dado desde o começo dos registros.

"Sou um homem de desafios e de desafios. Sou perseverante e posso dizer que tenho certeza que vamos conseguir acalmar o país, e o México será pacificado", prometeu.

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